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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A hora mais perigosa!

"Outro artigo legal do Brum, comentando os perigos que vem por aí." (Miguel do Rosário)
A hora mais perigosa
Por Celso José de Brum

ex- professor de Sociologia e Estudo dos Problemas Brasileiros, da Unitau
Pois é, a hora mais perigosa está chegando, a hora da verdade, da qual ninguém consegue escapar. Estamos a 7 meses das eleições gerais e todas as preocupações assumem proporções ciclópicas , nada menos. As últimas pesquisas divulgadas demonstram que Dilma Rousseff ganha no 1º turno, em qualquer cenário. E dão a entender que a derrota das oposições será arrasadora. Mas, que os governistas não ponham “salto alto” porque “tem muita água para passar por debaixo da ponte”.
A direita brasileira — sob cujo rico manto se abrigam o PSDB e os futuros ex-partidos DEM e PPS — não vai se deixar sofrer a anunciada “sova de criar bicho”, sem apelar para os inescrupulosos recursos que costumeiramente usa, sem dó nem piedade. A direita brasileira sabe que a batalha de 2014 é decisiva. Sabe que uma derrota por demais contundente de seus contumazes apaniguados ( tucanos e associados) e de seus eventuais colaboracionistas (os antigos frequentadores do cocho governista, a dupla Eduardo e Marina) pode comprometer irremediavelmente o projeto 2018, eis que – internamente, entre choros e ranger de dentes- consideram que 2014 “já era” para as suas pretensões.
A direita raciocina que, se a derrota em 2014 for catastrófica, como tudo indica que será, nada mais restará a fazer senão recorrer à sua principal especialidade: o golpe. Ou seja: a articulação para o golpe já começou, entre os arcanos da direita brasileira. Ainda outro dia, o príncipe Fernando Carlos Lacerda Cardoso disse que “o Brasil precisa de um sacolejão”. “Sacolejão”?! Sacolejão deve ser o atual codinome de golpe. Ou seja, às favas a democracia. E o retorno do poder para as elites, a qualquer preço! Eu disse “qualquer preço” e repito “qualquer preço” e reafirmo “qualquer preço”.
A esquerda brasileira possível (representada pelo PT e associados) que se prepare: vem “chumbo grosso” aí. Serão usados todos os expedientes, os mais sórdidos: variados tipos de calúnias e agressões à honra, com indefectíveis invasões da privacidade da turma da esquerda. Serão ampliados, no extremo inimaginável, os ataques ao Lula, pois ele representa, para o povão, seu mais autêntico e confiável defensor. Atacar Lula tem duas motivações: para fazer diminuir sua influência e, principalmente, como vingança das elites, que não “engolem” o sucesso e o reconhecimento obtidos por um operário como presidente da República. A destruição do mito Lula é e será sempre o principal objetivo da direita – golpista-brasileira.
No mais, a “grande imprensa” brasileira continuará com seu habitual mau agouro, anunciando diariamente que o Brasil vai acabar, que está acabando, como faz desde que o PT chegou ao poder. Mesmo que a taxa de desemprego no Brasil tenha sido, em 2013, de 5,4%, enquanto que na orgulhosa zona do euro, a taxa tenha sido de 12%. E que o Brasil tenha acumulado reservas de 375 bilhões de dólares, (quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, havia apenas 17 bilhões de dólares + 31 bilhões emprestados pelo FMI, ou seja, o Brasil estava quebrado). E que a inflação nunca ultrapassou o teto da meta estabelecida, nesses últimos 10 anos (no governo tucano, a inflação estava sem nenhum controle).
A “grande imprensa” tem estimulado discretamente as manifestações populares, como ocorreu em junho de 2013. Serão manifestações criticando principalmente a Copa do Mundo no Brasil. O que é uma bobagem, pois a Copa do Mundo propiciará grande lucros e vai incrementar o turismo em nosso país. Milhões e milhões de pessoas, entre os que virão e os que acompanharão o evento pela TV, vão ficar atentos para este grande continente, que é o Brasil. Cálculos sensatos dão conta de que os lucros, a médio prazo, cobrirão amplamente (cerca de cinco vezes mais), todas as despesas com o evento. Mas, o certo é que os

Por que a Globo é contra o governo venezuelano, por Paulo Nogueira

Do Diário do Centro do Mundo

Noto, nas redes sociais, revolta contra a maneira como a Globo vem cobrindo a crise na Venezuela.
A Globo ataca, ataca e ainda ataca o governo eleito.
Não existe razão para surpresa. Inimaginável seria a Globo apoiar qualquer tipo de causa popular.
O problema começou com Chávez.
Chávez e Globo tinham um história de beligerância explícita. Ambos defendem interesses antagônicos.
Se estivéssemos na França de 1789, a Globo defenderia a Bastilha e Chávez seria um jacobino. Em vez de recitar Bolívar, ele repetiria Rousseau.
Chávez cometeu um crime mortal para a Globo: não renovou a concessão de uma emissora que tramara sua queda. Veja: um grupo empresarial usara algo que ganhara do Estado — a concessão para um canal de tevê — para tentar derrubar o presidente que o povo elegera. Chávez fez o que tinha que fazer. E o que ele fez é o maior pesadelo das Organizações Globo: a ruptura da concessão.
Há uma cena clássica que registra a hostilidade entre Chávez e a Globo. Foi, felizmente, registrada pelas câmaras. É um documento histórico. Você pode vê-la no pé deste artigo.
Chávez está dando uma coletiva, e um repórter ganha a palavra para uma pergunta. É um brasileiro, e trabalha na Globo. Fala num espanhol decente, e depois de se apresentar interroga Chávez sobre supostas agressões à liberdade de expressão.
Toca, especificamente, numa multa aplicada a um jornalista pela justiça venezuelana.
Chávez ouve pacientemente. No meio da longa questão, ele indaga se o jornalista já concluiu a pergunta. E depois diz: “Sei que você veio aqui com uma missão e, se não a cumprir, vai ser demitido. Não adianta eu sugerir a você que visite determinados lugares ou fale com certas pessoas, porque você vai ter que fazer o que esperam que você faça.”
Quem conhece os bastidores do jornalismo sabe que quando um repórter da Globo vai para a Venezuela a pauta já está pronta. É só preencher os brancos. Não existe uma genuína investigação. A condenação da reportagem já está estabelecida antes que a pauta seja passada ao repórter.
Lamento se isso desilude os ingênuos que acreditam em objetividade jornalística brasileira, mas a vida é o que é. Na BBC, o repórter poderia de fato narrar o que viu. Na Globo, vai confirmar o que o seu chefe lhe disse. É uma viagem, a rigor, inútil: serve apenas para chancelar, aspas, a paulada que será dada.
“Como cidadão latino-americano, você é bem-vindo”, diz Chávez ao repórter da Globo. “Como representante da Globo, não.”
Chávez lembrou coisas óbvias: o quanto a Globo esteve envolvida em coisas nocivas ao povo brasileiro, como a derrubada de João Goulart e a instalação de uma ditadura militar em 1964.
Essa ditadura, patrocinada pela Globo, tornou o Brasil um dos campeões mundiais em iniquidade social. Conquistas trabalhistas foram pilhadas, como a estabilidade no emprego, e os trabalhadores ficaram impedidos de reagir porque foi proibida pelos ditadores sua única arma – a greve.
Não vou falar na destruição do ensino público de qualidade pela ditadura, uma obra que ceifou uma das mais eficientes escadas de mobilidade social. Também não vou falar nas torturas e assassinatos dos que se insurgiram contra o golpe.
Chávez, na coletiva, acusou a Globo de servir aos interesses americanos.
Aí tenho para mim que ele errou parcialmente.
A Globo, ao longo de sua história, colocou sempre à frente não os interesses americanos – mas os seus próprios, confundidos, na retórica, com o interesse público, aspas.
Tem sido bem sucedida nisso.
O Brasil tem milhões de favelados, milhões de pessoas atiradas na pobreza porque lhes foi negado ensino digno, milhões de crianças nascidas e crescidas sem coisas como água encanada.
Mas a família Marinho, antes com Roberto Marinho e agora com seus três filhos, está no topo da lista de bilionários do Brasil.
Roberto Marinho se dizia “condenado ao sucesso”. O que ele não disse é que para que isso ocorresse uma quantidade vergonhosa de brasileiros seria condenada à miséria.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo

http://jornalggn.com.br/noticia/por-que-a-globo-e-contra-o-governo-venezuelano-por-paulo-nogueira

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Gilmar, porta-voz de uma direita decadente, mas perigosa

No site O Cafezinho, de Miguel do Rosário

Reproduzo abaixo mais um excelente artigo de Paulo Moreira Leite, publicado em seu blog. Só acrescentaria uma coisa: a histeria de Gilmar Mendes revela que o sucesso das doações aos réus petistas doeu.
E doeu porque tem um significado extremamente poderoso. Há uma quantidade crescente de pessoas inconformadas com o resultado do julgamento, e não porque correligionários foram condenados, mas porque não houve um julgamento justo.
Não são apenas petistas que estão doando, vide o caso do ex-ministro do STF, Nelson Jobim. Essa é a verdade que dói em Gilmar Mendes, porque ele entende, com razão, que as doações não são apenas um ato de solidaridade. São um ato de enfrentamento.
Ao artigo.
*
GILMAR MENDES NÀO SABE O QUE DIZ OU NAO DIZ O QUE SABE
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog.
Insinuações e ironias de ministro do STF não tem apoio nos autos da AP 470
O esforço de Gilmar Mendes para tentar desmoralizar a campanha de solidariedade de tantos brasileiros aos condenados da AP 470 ajuda a entender o caráter precário do foi chamado de “maior julgamento da história.”
Ao sugerir que o senador Eduardo Suplicy liderasse uma campanha para ressarcir “pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos” no caso do mensalão” Gilmar Mendes assume uma postura espantosa para um ministro do STF.
Faz afirmações que não pode provar, insinua o que não consegue demonstrar.
A atitude de Gilmar é política.
As doações, em escala que surpreendeu os próprios condenados, mostram o repúdio de um número crescente de brasileiros diante dos abusos do julgamento.
Veja só: um ex-ministro do Supremo, como Nelson Jobim — um dos responsáveis pela indicaçao do próprio Gilmar ao STF -, deu um cheque de R$ 10 000 para Genoíno. Celso Bandeira de Mello, jurista de folha irretocável, que patrocinou a presença de Ayres Britto na Corte, deu dinheiro para Genoíno e já disse que vai contribuir para José Dirceu.
Ao lado de militantes e de cidadãos comuns, a presença de respeitáveis homens de Direito na campanha pelas doações mostra até onde vai a crítica a AP 470.
Latuff Gilmar Mendes
Não é para menos.
A ideia de que houve desvio de recursos públicos é desmentida pelo processo.
A noção que eles chegam a R$ 100 milhões não tem base real alguma. É apenas um novo chute.
Quando o julgamento começou, os ministros falavam num desvio de R$ 115 milhões. Recuaram sem maiores explicações para uma estimativa de R$ 73,8 com base num cálculo desinformado, absurdo mas cômodo. Explico os três adjetivos.
Como esse foi o total de gastos de recursos do Fundo de Incentivo Visanet com a agência DNA naquele período, passou-se a uma crença absurda: de que 100% desse dinheiro foi roubado, não sobrando um único centavozinho honesto para ser gasto com publicidade de verdade. Nenhuma página de jornal, nem um spot de rádio, nem 30 segundos na TV.
É claro que é uma conta de chegar. Era preciso falar em desvio, era preciso dar um número –- apontou-se para aquele que estava à mão. Parece absurdo e é. Mas absurdos ganham verossimilhança e circulam como afirmações verdadeiras em sociedades onde nenhuma instituição cumpre seu papel de fiscalizar e conferir o que dizem as autoridades. Este papel, como se sabe, deve ser cumprido pela imprensa. Mas você e eu sabemos muito bem onde os repórteres se encontrava no julgamento, certo?
Numa prova de que são os principais interessados em conferir gastos e e demonstrar o que foi feito, os advogados da defesa acabam de enviar, às 20 maiores empresas de comunicação do país, uma notificação judicial.
Solicitam apenas que elas confirmem – ou desmintam – aqueles recursos que a DNA declara ter enviado a elas.
Em novembro de 2005, os parlamentares da CPMI dos Correios receberam um documento “para uso interno – confidencial” da Visanet.
Os parlamentares perguntaram lá atrás:
“ A Visanet é uma empresa pública?
Resposta. “Não. É uma empresa de capital privado.”
Essa mesma afirmação foi confirmada por uma auditoria do Banco Brasil, encerrada em dezembro do mesmo ano. Ali se diz, com base no estatuto da Visanet, que seus recursos deveriam ser destinados a ações de incentivo, “não pertencendo os mesmos ao BB investimento nem ao Banco do Brasil.”
Se a denúncia de desvio de dinheiro público está errada, como conceito, também se desmente, nos números. As contas batem, com diferenças contábeis que podem ser explicadas por razões técnicas – e que nem de longe chegam aos R$ 100 milhões a que Gilmar Mendes se referiu.
(Quantias nesse volume gigantesco, e até maiores, foram mobilizadas por empresas privadas de telefonia que eram clientes das agencias de Marcos Valério. Nenhuma delas, por sinal, foi chamada a prestar contas no julgamento. Nenhuma. Foi assim que se pretendia “ punir os poderosos” , entendeu?)
Por fim, a afirmação de que foram dirigentes do PT que fizeram esses desvios é ainda mais absurda. Não estou falando de Delúbio Soares, por exemplo, que distribuia recursos para o partido e negociava apoio de empresas.
Estou falando de quem tinha acesso ao cofre. Sem ele nada se faz, certo?
Pode-se ler, no laudo 2828, uma questão básica para se entender o papel do PT na denuncia de desvio de recursos – públicos ou privados.
O relator Joaquim Barbosa pergunta a quem “competia fazer o gerenciamento dos recursos” do Fundo Visanet repassados a agencia DNA?
Em bom português, o relator queria saber quem fazia os pagamentos – sem o quê, obviamente, não dá para tirar nem uma nota de 1 real de forma indevida.
O Banco do Brasil responde: quatro diretores eram responsáveis pela gestão do fundo de incentivo entre 2001 e 2005. (Estamos falando dos dois últimos anos do governo FHC, quando a DNA ganhou um bom pedaço da verba publicitária do Banco do Brasil, e dos dois primeiros anos do governo Lula).
Em sua resposta ao relator, o Banco do Brasil faz até um gráfico pequeno, com nomes e datas, para ninguém ficar em dúvida. Até uma criança pode entender: nenhum dirigente indicado pelo PT encontra-se entre eles. Os responsáveis eram todos executivos indicados pelo PSDB. Está lá, numa tabela. Nenhum deles sentou-se no banco dos réus. Repito porque é escandaloso: nenhum. Quem assinava os cheques ficou de fora. Eram afilhados tucanos.
Cabe a cada um fazer a pergunta que não quer calar: por que o laudo 2828, com uma informação tão preciosa, foi mantido em sigilo no próprio STF, e só foi distribuído para o plenário de ministros DEPOIS que a denuncia da AP 470 já fora aceita?
Minha opinião é a seguinte: temia-se, em 2006, que o debate sobre informações inesperadas e surpreendentes pudessem comprometer a denúncia e estragar o carnaval cívico em torno do STF. Imagine se fosse possível criminalizar o governo Lula — até se falava em impeachment, em 2005 — se a denúncia envolvesse o PSDB, também. Imagine se alguém começasse a perguntar assim: se haviam tucanos no comando do esquema, quem é que colocou essa turma ali?
Política, meu caro. Política.
Foi a mesma atitude de 2011, quando os ministros resolveram levar o julgamento em frente sem conhecer o inquérito 2474, com revelações que contrariavam o final feliz já anunciado e prometido. Veja você: desistiram de ler o inquerito 2474 sem saber o que tinha lá dentro.
Não é de espantar que, agora, se veja uma situação constrangedora e grave de um ministro que faz afirmações que contrariam aquilo que se encontra no processo.
Ou Gilmar Mendes não sabe o que diz. Ou não diz o que sabe.
Você decide o que é mais grave.
http://www.ocafezinho.com/2014/02/15/gilmar-porta-voz-de-uma-direita-decadente-mas-perigosa

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A queda do "opinativo" Nêumannne Pinto

Direto ao assunto: Nêumanne dançou!

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o jornalista José Nêumanne Pinto, que sempre concluía os seus comentários asquerosos com o bordão “direto ao assunto”, foi demitido pelo SBT. A emissora de Silvio Santos justificou a dispensa dele e de outros dois colunistas com o argumento de que pretende “restringir a parte opinativa” de seus telejornais – o que deve ter preocupado a âncora Rachel Sheherazade, nova musa da direita nativa, que adora “opinar sobre tudo”. Magoado, o valentão agora posa de vítima de perseguição política e atira para todos os lados. Inimigo jurado do chamado “lulismo”, Nêumanne Pinto acusa o diretor de jornalismo do SBT, Marcelo Parada, de ter “notórias ligações societárias com Rui Falcão”, presidente do PT.

Além da demissão, os ataques histéricos do jornalista ainda podem lhe render alguns processos judiciais. Segundo Daniel Castro, do sítio Notícias da TV, Marcelo Parada negou “com veemência” as acusações do ex-funcionário. “Nunca tive nenhuma relação societária com Rui Falcão. Nunca. Não sei de onde o Nêumanne tirou essa história. Desafio qualquer um a provar qualquer relação societária minha com Rui Falcão. Nunca fui sócio e nunca prestei serviços para Rui Falcão”, afirmou o diretor do SBT. Esta reação, porém, não deve conter os ataques do franco atirador, famoso pelos comentários e artigos sempre ácidos e levianos contra os seus adversários.

Em artigo publicado no sítio Observatório da Imprensa nesta sexta-feira (14), Nêumanne Pinto tinha sido mais comedido na explicação para sua sumária demissão. Mesmo discordando, ele escreveu que ela havia ocorrido por motivos técnicos. “Parada me comunicou que um tal ‘comitê de programação’ da emissora havia decidido extirpar a opinião dos telejornais da casa em nome do primado da notícia”. Para ele, isto representaria um retrocesso no SBT. “Não me sinto vítima de nenhum tipo de retaliação nem mártir do jornalismo opinativo na TV. Infelizmente, sou apenas o representante de uma espécie em extinção: a do jornalista que tem opinião e por isso, goza de credibilidade”.

É certo que ele já destilava seu veneno no artigo. Não falava nas “ligações societárias” de Marcelo Parada, mas alfinetava que “não é secreta para ninguém a sua notória parceria com o presidente do PT, que não deve ser um admirador muito fanático da independência absoluta que sempre tive no SBT”. Ele também aproveitou para especular sobre “a generosidade com que a cúpula petista tratou o momentoso episódio da falência do Banco Panamericano, empresa do grupo Sílvio Santos”. Mas Nêumanne Pinto ainda não estava tão furioso e preferiu descartar as fofocas. “Ainda que saiba que meus comentários não agradam a cúpula do PT, não acredito que minha saída se deva a pressão sobre o companheiro diretor”.

Agora, porém, o egocêntrico jornalista resolveu engrossar. Na carta enviada a amigos e publicada no sítio Notícias da TV, ele jura que foi vítima de perseguição. Afirma que Ricardo Melo, ex-chefe de redação – que deixou o SBT por discordar da demissão de uma funcionária com problemas de saúde – “vetou comentário crítico contra Dilma Rousseff porque ouviu a palavra 'merda', quando eu havia dito 'meta'” e que há muito sabotava sua presença no telejornal. Usa o termo “ligações societárias” para atacar Marcela Parada e conclui: “O ano eleitoral começa com a demissão de um crítico contumaz de Dilma Rousseff, favoritíssima à reeleição, mas ainda assim temerosa de que ela não ocorra”. Seja lá qual for o motivo da demissão e indo “direto ao assunto”: Nêumanne dançou!

*****

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Jô Soares entrevista Nêumanne Pinto

Lancellotti: "Nossa imprensa é prostituta"

Saudades de 1964: a nova direita na mídia

A direita sai do armário

Da luta pela democratização dos meios de comunicação


Marco Aurélio Mello: A proposta de debate entre PHA e Ali Kamel



por Marco Aurélio Mello, especial para o Viomundo
Trago notícias sobre a nossa mobilização para enfrentar Ali Kamel nos tribunais. Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que fizeram suas contribuições. Mais de uma centena de pessoas formaram uma verdadeira onda.
Para aqueles que quiserem confirmar seus depósitos e conhecer detalhes da arrecadação, demonstrativos, balanços parciais e etc. , basta que nos envie um e-mail (marcoaureliocordeirodemello@gmail.com). Como as contribuições não param, não faria sentido fazê-lo diariamente aqui.
O que também nos encheu de energia e esperança, foram as manifestações de apoio vindas de todo país. É muito bom saber que cada vez mais gente está disposta a discutir a comunicação no Brasil.
Recebemos também muitas sugestões. Uma delas é fazer um almoço para angariar mais fundos que permitam que a luta vá até o fim.
Para por em prática o evento, o Altamiro Borges, do Barão de Itararé, ofereceu-se para cuidar da organização: banners, convites, espaço físico, e todo o resto. Paulo Henrique Amorim aceitou o convite para participar de um debate no mesmo dia.
Comentando com um leitor sobre a ideia do debate, ele logo sugeriu que convidássemos o próprio Ali Kamel para participar ao lado de PHA. Para a mediação pensamos no ilustre senador e pré-candidato à presidência pelo PMDB, Roberto Requião. Luiz Carlos Azenha ofereceu-se a fazer o convite a ele.
O local, as regras e a participação do público serão definidos de comum acordo.
A sorte está lançada. Vamos continuar nossa caminhada. E quem ainda não teve tempo, nem condições de contribuir, ainda pode fazê-lo.
Não podemos desistir de construir um país melhor para todos.
Forte abraço,
Marco Aurélio Cordeiro de Mello
BRADESCO
Agência 1363
Conta corrente: 0120558-7
CPF 075.298.408-00
Leia também:
Marcelo Freixo: Globo é sócia de um modelo autoritário de cidade

O chão da casa de Trotski era vermelho


Sugerido por Tamára Baranov
Por Cynara Menezes | Socialista Morena | Carta Capital
(Jardim do Museu Casa de Leon Trotski em Coyoacan)
“Stalin matou nossa velha revolução vermelha para sempre”, escreveu Allen Ginsberg em seu poema Capitol Air. As palavras do poeta beat ressoavam em minha cabeça enquanto eu percorria o Museu Casa de Leon Trotski, em Coyoacan, na Cidade do México. Acho que é um dos museus mais tristes do mundo. Estão depositadas naquele jardim as cinzas do revolucionário russo, assim como as de sua companheira Natália Sedova. É como se o lugar fosse a tumba do sonho comunista. Como se tivesse uma placa invisível pairando sobre a cabeça do visitante: “aqui jaz o comunismo”.
O escritor cubano Leonardo Padura, autor do romance O Homem Que Amava os Cachorros, sobre a vida (e a morte) de Leon Trotski, já havia me contado da emoção que sentira ao entrar naquela casa, muitos anos antes de pensar em escrever o livro. Ali, em agosto de 1940, o catalão Ramón Mercader desferiu o golpe de picareta na cabeça que mataria o segundo do triunvirato que comandou a Revolução Russa em 1917. Lenin estava morto desde 1924. Agora, só sobraria Josef Stalin, a quem Trotski apelidara “o coveiro da revolução”.
No museu ficamos sabendo que Stalin não só perseguiu Trotski até o México como dizimou quase toda a sua descendência: só sobraram dois netos. A tristeza que paira sobre a casa é ainda maior porque normalmente quem a visita o faz depois de ir à Casa Azul, o museu de Frida Kahlo, a poucas quadras dali. A casa de Frida, onde Trotski morou um tempo quando chegou ao México, é colorida, alegre, cheia de vida. A casa de Trotski é escura, acinzentada, com muros altos, protegida por guaritas de vigilância.
Também é um museu acanhado para a estatura de Leon Trotski, como personagem histórico e intelectual. As fotos parecem xerocadas, tudo dá a impressão de ser meio improvisado. Mas as imagens mostram um homem bastante sorridente, relaxado, em paz. Trotski aparenta estar feliz em terras mexicanas. Sente-se livre, talvez? Faz excursões com seus jovens aprendizes, recolhe cactos na natureza para plantar no jardim. Bonito jardim.
A casa onde Leon e Natália viveram permanece intacta. O tempo lá dentro está em suspensão. O chão da casa de Trotski é vermelho, sobre a cama dele há um chapéu e uma bengala. No armário, seu pijamas favorito, algumas roupas e os sapatos de Natália. Que pezinhos pequeninos. No escritório de Trotski, um caderno de anotações aberto. A porta de saída é mínima e blindada. As janelas são tapadas até a metade.
Sinto o peso do mundo sobre meus ombros, penso sobre a capacidade humana de estragar ideias extraordinárias, a possibilidade de um mundo novo, por causa da inveja, do desejo de poder, da vaidade. Na saída, no jardim da casa de Leon Trotski, encontro um beija-flor morto sobre um copo-de-leite.

Com apoio da prefeitura, jovens fazem rolezinho no Parque Ibirapuera

Jovens fazem rolezinho no Parque Ibirapuera
Por Elaine Patricia Cruz
Da Agência Brasil
Com apoio da prefeitura, centenas de jovens se reuniram na tarde de ontem (15) embaixo da Marquise do Parque Ibirapuera, na zona sul da capital paulista, para um rolezinho. Até por volta das 17h, o evento ocorreu de forma pacífica, com vários jovens conversando e se reunindo para tirar fotos, principalmente com seus ídolos.
Depois de uma reunião com a prefeitura durante a semana, os jovens concordaram em fazer os rolezinhos em locais públicos, evitando os shoppings. Porém, a ideia dos organizadores desses eventos é não deixar de fazer os encontros nos centros de compras, mas promovê-los de forma mais organizada, com grupos mais fechados e a participação de menos pessoas. “Estamos jogando os rolezinhos para os shoppings com menos pessoas, em grupos fechados. Rolezinhos maiores vamos jogar para os parques”, explicou MC Chaveirinho, um dos organizadores dos rolezinhos.

Segundo ele, o objetivo dos rolezinhos é promover um encontro entre os jovens. “O objetivo da gente é curtição. Queremos curtir, queremos nosso espaço de lazer, queremos aproveitar todos os patrimônios que temos na cidade para podermos curtir”, disse MC Chaveirinho. “Acharam que a gente era vagabundo”, acrescentou ele.

Uma das participantes do rolezinho de hoje foi a estudante Karina da Silva Oliveira, 15 anos, moradora do Capão Redondo. Karina já participou de outros rolezinhos. “Já participei em shopping, mas o shopping não deixou ninguém entrar. Eles pensaram que a gente ia roubar e ia fazer assaltos, mas não é nada disso. Rolezinhos são um modo de as pessoas se conhecerem melhor, trocarem ideias. Nos conhecemos só pelo Facebook, mas também queremos nos conhecer pessoalmente.”

No início da tarde de hoje, também no Parque Ibirapuera, ocorreu uma reunião entre membros do Ministério Público, da prefeitura de São Paulo, vereadores e organizadores de rolezinhos. “O objetivo era realizar um grande encontro de desejos. Qual é a pauta dessa juventude? Como é que estado e municípios se organizam para atender essa pauta da juventude? Como é que o setor privado entra em auxílio a isso e garante o ingresso dessas  pessoas aos shoppings? Foi um dia de grandes avanços”, disse o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes à Agência Brasil.

Segundo o promotor, a falta de lugares adequados para que os jovens possam se encontrar e promover os rolezinhos pode ser resolvida com “tolerância, igualdade e organização”. “O pessoal do rolezinho já sabe que não cabem 4 mil pessoas no shopping center ao mesmo tempo. Mas cabem 400 pessoas, então, dá para organizar dessa maneira nos shoppings. E o Poder Público vai oferecer, abrir e criar estrutura nos seus parques, praças, escolas e clubes para os eventos maiores.”

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Novo expansionismo amerciano ou: Golpes e curso na América Latina

“GOLPE ESTÁ EM DESENVOLVIMENTO”.
(NA VENEZUELA TAMBÉM)

O Golpe contra Maduro nasce na tevê e cresce nas mãos de mascarados pagos.
Na Venezuela, assim como no Brasil, mascarados participam das manifestações (Foto: Aporrea.org)


Após a confirmação de três mortos nos confrontos em Caracas, o presidente Nicolás Maduro afirmou que há “um golpe de Estado em desenvolvimento na Venezuela”. Ele pediu que a população se una e disse contar com a colaboração dos países vizinhos.

Maduro lembrou do golpe contra Hugo Chávez, em abril de 2002, e disse que a intenção de alguns setores é repetir o filme: derrubar o governo com o uso da violência – e da televisão.

Milhares de pessoas foram às ruas da Venezuela nestes dias. Uns para apoiar Maduro e o legado de Chávez, outros para se opor ao governo venezuelano.

De um lado, reuniões em diferentes praças – em Caracas e por toda a Venezuela – de pessoas vestidas de vermelho e movimentos sociais. Comemoravam os 200 anos da ‘Batalha da Vitória’, na guerra de independência do país, e defendiam as ações do chefe de seu Estado e as recentes conquistas.

Do outro, simpatizantes da oposição e políticos se reuniram no centro de Caracas. Criticavam a política econômica de Maduro e exigiam, também, a libertação de universitários detidos em protestos no interior do país nos últimos dias.

Nos confrontos – com três mortos e mais de 30 feridos – uma curiosa revelação ganhou destaque. Um jovem preso garantiu que recebeu dinheiro para gerar violência no estado de Mérida.

Observe nas fotos que lá como aqui há manifestantes mascarados.

A quantia? 150 Bs, segundo o site venezuelano Aporrea

Alguma semelhança com o que dizem receber os manifestantes no Rio de Janeiro? Veja aqui quanto recebiam Caio e Fábio, presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, segundo seu generoso advogado. 

Clique aqui para ler “Quem financia ? Beltrame é quem vai cuspir os caroços”.  

Como se vê, as manifestações atingem a América Latina. A diferença é que, na Venezuela, Maduro já informou que as investigações estão em andamento e que há provas sobre os autores da violência.

Aqui, a Dilma depende da Polícia Federal do ministro José Eduardo Cardozo, o famoso zé da Justiça, com aretumbante ajuda da Abin.

Em tempo: Aporrea.org é uma agência de notícias alternativa popular da Venezuela. Traz informações explicadas a partir do ponto de vista dos partidários do presidente venezuelano, desde Chávez até Maduro.

O portal nasceu em 2002, com objetivo de rebater o ataque da elite venezuelana contra o governo do presidente Hugo Chávez e o golpe (o “golpe da mídia”, como eles mesmos se referem). Também saíram em defesa das conquistas da Constituição da República Bolivariana da Venezuela.

Gonzalo Gómez, revolucionário venezuelano, foi o fundador e contou com a colaboração de líderes populares com longa experiência nos movimentos sociais venezuelanos. O site é mantido por uma equipe de voluntários, cujo trabalho é um serviço social e não comercial, sem fins lucrativos.

Aporrea é sigla para Asamblea Popular Revolucionaria Americana. O site é membro da Associação Nacional de Mídia Comunitária, Livres e Alternativas (ANMCLA).


João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada com a colaboração do amigo navegante Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni

(Imagens extraídas do site Aporrea, da Venezuela)


















PROVOCADORES DE ALUGUEL

Autor: Paulo Moreira Leite, da Isto É


A baderna paga a R$ 150 demonstra o fracasso de quem não tem capacidade de atrair a população para suas ideias

 A notícia de que dirigentes de alguns partidos de esquerda não-petista decidiram pagar R$ 150 para garantir presença em seus protestos políticos  não é grave. É deprimente.  
 
Se é imoral comprar votos numa eleição, eu acho ainda mais condenável comprar presença em manifestação. 
 
É prova de um grande fracasso político. 
 
Apenas lideranças incapazes de formular propostas para atrair uma parcela significativa população para  seus projetos têm necessidade de fazer isso. 
 
Claro que nossa história está recheada de cabos eleitorais profissionais e que a maioria dos partidos com alguma estrutura -- e mesmo organizações pequenas -- tem lã seus  funcionários pagos. Já fui a vários comícios, de vários partidos, onde a massa presente era composta de funcionários públicos forçados a bater palma. É vergonhoso, é desagradável, mas não é disso que estamos falando.
 
Estamos diante de pessoas que são arregimentadas -- e pagas -- para cometer atos de provocação.
 
É possível travar um debate legítimo com uma pessoa que comete atos de violência.
Ela pode estar convencida de uma ideia errada -- mas há um debate a ser feito. Você pode queimar a garganta falando sobre a conjuntura, a relação de forças, os valores democráticos, o diabo. 
 
Outra coisa é enfrentar alguém que é pago para fazeruma provocação.  
 
O que se faz? Paga-se R$ 200 para o cara mudar de ideia? 
 
É claro que essa situação serve de estímulo a um coral conservador contra a democracia, a favor da criminalização dos movimentos sociais e, não se enganem, contra a luta política em geral.
O alvo final é a democracia.  
 
Veja o absurdo: a morte de Santiago Andrade, provocada por um rojão arremessado por um capanga -- o nome está errado? é forte?  -- contra um cinegrafista que poderia ter tido a vida salva se lhe tivessem dado equipamento adequado, ameaçou criar uma crise política real.
 E era tudo teatro, artifício. encenação -- apenas o sangue era de verdade.  
 
Há outro ponto curioso para se observar. 
Como ficou claro em junho de 2013, a baderna e mesmo a violência dos protestos chegaram a receber estímulos -- dentro de certo limite -- por parte da oposição ao governo Dilma. A razão era óbvia. Estes movimentos ajudavam a desgastar o governo Dilma, associavam o Planalto com a ideia de baderna, o que poderia se transformar num motivo a mais para se tentar mudar o voto do eleitorado em 2014. 
 
Resta saber o que vai acontecer agora. 
Como aconteceu em outras eleições, partidos de esquerda planejam lançar candidatos próprios em 2014.
É  claro que, sem nenhuma chance real de vitória, todos serão preservados -- na medida do possível -- em sua função de roubar votos à esquerda do governo, ajudando a oposição conservadora em seu esforço estratégico de garantir uma eleição em dois turnos. Todos estão unidos na bandeira Não vai Ter Copa, lembram? 
 
Todos têm o direito de apresentar propostas e defender suas ideias. Mas a provocação e o embuste não fazem parte de métodos aceitáveis de disputa política. 
 
O fundo da questão é este.
 (Isto É)

OS WHITEBLOCS SÃO OS ASSASSINOS INTELECTUAIS

“Os whiteblocs disfarçam o salário na pregação ao amparo do direito de expressão”.

Conversa Afiada reproduz da Carta Maior a cortante e incomparável lucidez do professor Wanderley Guilherme dos Santos:

A NOVA ERA DA VIOLÊNCIA



por Wanderley Guilherme dos Santos

Professores universitários do Rio de Janeiro, de São Paulo e outras universidades falam do governo dos trabalhadores como se fosse o governo do ditador Médici, embora durante aquele período não abrissem o bico. Vetustos blogueiros, artistas sagrados como marqueteiros crônicos, jovens colunistas em busca da fama que o talento não assegura, políticos periféricos ao circuito essencial da democracia, teóricos sem obra conhecida e de gogó mafioso, estes são os mentores da violência pela violência, anárquica, mas não acéfala. Quem abençoa um suposto legítimo ódio visceral contra as instituições, expresso em lamentável, mas compreensível linguagem da violência, segundo estimam, busca seduzir literariamente os desavisados: a violência é a negação radical da linguagem. Mentores whiteblocks, igualmente infames.

A era da violência produziu a proliferação dos algozes e a democratização das vítimas. Antes, a era das máquinas trouxe a direta confrontação entre o capital e o trabalho, as manifestações de protesto dirigiam-se claramente aos capitalistas em demanda por segurança no serviço, salário, férias, descanso remunerado, regulamentação do trabalho de mulheres e crianças. Reclamos precisos e realizáveis. Politicamente exigiam o fim do voto censitário, o direito de voto das mulheres, o direito de organização, expressão e manifestação. Exigiam, em suma, inclusão econômica, social e política. 

Os mentores dos algozes possuíam nome e residência conhecida. Os executores eram igualmente identificáveis: as forças da repressão, fonte da violência acobertada pela legislação que tornava ilegais as associações sindicais, as passeatas, os boicotes e as greves. As vítimas estavam à vista de todos: operários, operárias, desempregados, além de cidadãos, escritores e jornalistas solidários com a causa dos miseráveis.

Não há porque falsificar a história e negar que, ao longo do tempo, sindicatos mais fortes e oligarquizados também exerceram repressão sobre organizações rivais, bem como convocatórias grevistas impostas pela coação de operários sobre seus iguais. A era das máquinas não distribuía a violência igualitariamente, mas algozes e vítimas possuíam identidade social clara.

A atual era da violência, patrocinada por ideólogos, jornalistas, blogueiros, ativistas (nova profissão a necessitar de emprego permanente), professores, artistas, em acréscimo aos descontentes hepáticos, testemunha a agregação de múltiplos grupelhos, partidos sem futuro e fascistas genéticos aos tradicionais estimuladores da violência, os proprietários do capital, São algozes anônimos, encapuzados, escondidos nos codinomes das redes sociais, na covardia das palavras de ordem transmitidas a meia boca, no farisaísmo das negaças melífluas. Os whiteblocs disfarçam o salário e a segurança pessoal nas pregações ao amparo do direito de expressão e de organização. Intimidam com a difamação de que os críticos desejam a criminalização dos movimentos sociais. Para que não haja dúvida: sou a favor da criminalização e à repressão das manifestações criminosas, a saber, as que agridam pessoas, depredem propriedade, especialmente públicas, e convoquem a violência para a desmoralização das instituições democráticas representativas.

As vítimas foram, por assim dizer, democratizadas. Lojas são saqueadas, vidros de bancos estilhaçados, passantes, operários, classes médias, e mesmo empregados e subempregados que a má sorte disponha no caminho da turba são ameaçados e agredidos. A benevolência do respeito à voz das ruas é conivência. Essas ruas não falam, explodem rojões. Não há diálogo possível de qualquer secretaria para os movimentos sociais com tais agrupamentos porque estes não o desejam. E, quando um quer, dois brigam.

A era da violência é obscura. Não me convencem as teorias do trabalho precário porque não cobrem todo o fenômeno, também é pobre a hipótese de uma classe ascendente economicamente com aspirações em espiral (já sustentei esta hipótese), e, sobretudo, não dou um centavo pela teoria de que almejam inclusão social. Eles dizem e repetem à exaustão que não reclamam por inclusão alguma, denunciada por seus professores como rendição à cooptação corrupta.

Os autores intelectuais dos assassinatos já acontecidos e por acontecer são os whiteblocs. Têm que ser combatidos com a mesma virulência com que combatem a democracia. Não podem levar no grito.
Não deixe de assistir à “resposta dos black blocs ao editorial do jn”.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

STF: Ministros à beira de um ataque de nervos

O Presidente interino  leva 12 dias para deixar tudo em paz e em menos de 24h os caras detonam tudo.... 
 
 
Em menos de 24h JB já conseguiu que o PSDB acene com uma representação contra um deputado do PT e o GM atacar, gratuitamente, 1.700.00o filiados fora simpatizantes e militantes de outros partidos...
 
Isso aliado a prisão de JPC, inclusão de Zeca Dirceu e Lindberg Farias na pauta logo da primeira sessão após o retorno. O que querem esses ministros? Querem cassar a legenda? Matar os militantes?
 
Estão completamente loucos. Perderam a mão e estão atirando para tudo qto é lado.
 
Por LN
Gilmar Mendes não costuma adotar condutas desvairadas de graça. Todos eus desatinos tinham uma lógica por trás:
1. No caso do grampo sem áudio, acirrar a pressão pelo fechamento da Abin.
2. No falso grampo no STF, provocar uma CPI.
3. Na manipulação do encontro com Lula, criar o clima de catarse que antecedeu o início do julgamento do "mensalão".
Resta saber quais serão os próximos lances dele e de Joaquim Barbosa.