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sexta-feira, 22 de maio de 2015

As tolices a respeito do Bolsa Família


Do filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, liberal, ouvi a máxima de que os juros são altos porque o brasileiro entrou na voracidade do consumo e não sabe poupar, preferindo se endividar sem olhar a taxa paga.
De um economista de direita, em um Congresso Internacional de Direitos Humanos em Belém, as críticas acerbas quanto ao fato do pobre gastar dinheiro atrás de quinquilharias da classe média.
De Frei Betto, de esquerda, que o grande erro do governo foi ter proporcionado bens materiais e não espirituais aos pobres.
De O Globo, sempre atento às invasões bolivarianas, ao fantasma de Che, e ao supremo risco dos irmãos Castro invadirem o Brasil, o endosso às teses de Frei Betto.
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E aí se vê a geleia geral em que se transformou a política brasileira. No Bolsa Família, Frei Betto critica o caráter “compensatório”.  O Fome Zero, na versão idealizada por ele, era um “programa emancipador”, que primeiro daria formação, montaria uma estrutura em torno de conselhos populares, organização social, para depois premiar o pobre com o direito ao consumo.
Nada além do que organizações como o Movimento dos Sem Terra (MST), ou Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) propõem, ou seja, uma organização à parte do mercado, com fundas raízes ideológicas, ótimas para a organização de grupos sociais excluídos, temerária como política pública.
Releve-se o sofisma de Betto – que o governo deveria dar luz e saneamento em vez de renda familiar, como se ambas as prioridades fossem conflitantes.
O programa Luz para Todos é um sucesso amplo. O saneamento, uma frustração, mas por falta de competência gerencial, não de vontade política.
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Nos três casos – o liberal, o esquerdista e o direitista – o mesmo preconceito em relação ao livre arbítrio do cidadão e do mercado como elemento de inclusão social. Nos três casos, uma posição profundamente elitista, um liberalismo de jabuticaba, que investe contra princípios básicos do liberalismo para políticas sociais, que defende o livre arbítrio do beneficiário de políticas compensatórias; um esquerdismo de araque, que só concebe o tal do povo submetido a programas educativos; e um direitismo em estado puro, para quem o povo é a ralé.
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Sugiro aos três grupos os relatos da pesquisadora da Unicamp, Walkiria Leão, sobre o poder transformador do consumo – ela própria abrindo mão de seus preconceitos de esquerda contra o consumo.
São relatos extraordinários sobre a importância do “crédito” (de acredito) na vida das pessoas, a maneira como saíram do anonimato e ganharam um perfil público, levando-as a se transformar em outras.
Pobres que tinham até vergonha de frequentar locais públicos, graças ao consumo se sociabilizaram, não apenas venceram a fome e a insegurança financeira, mas ousaram novas profissões, novos voos.
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Betto tem uma diferença em relação ao Bolsa Família: sepultou o seu Fome Zero, um conjunto de ideias soltas, sem nenhuma amarração conceitual, sem capacidade de implementar política alguma.
Em uma das críticas ao Bolsa Família, em 2009, taxou-a de “projeto de poder”. Projeto de poder mambembe era o Fome Zero, com sua visão missionária de emancipação.
São esses pobres, que se tornaram classe média sem a tutela do Estado, que estão hoje empurrando o país para frente, ao exigir melhoria nos serviços públicos, a volta do crescimento econômico, a recuperação do sonho que aprenderam a sonhar.

As possibilidades abertas pela China

Luis Nassif
A ascensão dos Estados Unidos, em fins do século 19, provocou uma explosão nos preços das commodities beneficiando as exportações brasileiras de algodão e café.
A consolidação do poderio geopolítico norte-americano, no pós-guerra, com o acordo de Bretton Woods e os financiamentos internacionais para a reconstrução da Europa e para a infraestrutura na América Latina, ajudaram no salto seguinte da industrialização brasileira.
Na década anterior, Getúlio Vargas dera início à constituição do Estado brasileiro, com a criação do DASP (Departamento de Administração do Serviço Público), a instituição do concurso público, a aprovação do Código das Águas.
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Após Bretton Woods, o país já dispunha de uma burocracia pública e de empresários modernos aptos a fazer a lição de casa: o inventário das necessidades de investimentos em infraestrutura passíveis de financiamento por parte dos Estados Unidos.
Surgem daí a Missão Abink e o Plano Salte. E nasce o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para facilitar a contrapartida brasileira nos projetos financiados. E nasce, também, uma nova forma de conhecimento que alavancaria o desenvolvimento brasileiro nas décadas seguintes: a capacidade de montar projetos.
Esse novo conhecimento entrou pelo setor elétrico, através da Cemig, transbordou no Plano de Metas de Juscelino Kubitscheck e suas câmaras setoriais, invadiu os anos 60 através de consultorias privadas que forneceram os estudos para as grandes reformas institucionais do governo Castello Branco.
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Agora, entra-se no ciclo chinês.
Na primeira etapa, o boom da economia chinesa aumentou as cotações de commodities abrindo espaço para os avanços brasileiros na última década.
Agora, entra-se no ciclo da integração competitiva.
A missão chinesa no Brasil, com a presença do primeiro-ministro, cinco ministros de estados e 120 empresários, pode ter papel relevante – aliás mais relevante, já que nos anos 40 grande parte dos recursos prometidos não chegou.
Os chineses chegam com US$ 50 bilhões em projetos e com a possibilidade de concretizar projetos relevantes de infraestrutura.
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O primeiro resultado foram os empréstimos à Petrobras, em um momento em que o mercado internacional se fechou para a empresa.
Nos próximos meses, grupos de trabalho analisarão o conjunto de projetos aptos a receber financiamento chinês.
Mais do que nos anos 40, abre-se a possibilidade de uma ampliação da política industrial brasileira, desde que os financiamentos não imponham condicionantes de importação exclusiva de produtos chineses.
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Nos anos 30, o Brasil valeu-se pragmaticamente da disputa entre os países do Eixo e os Estados Unidos para avançar em sua industrialização.
À medida que a China comece a avançar sobre a América Latina, haverá um interesse maior nos Estados Unidos em contrabalançar o novo influente.
O grande desafio será o país conseguir somar a inteligência interna da diplomacia, das associações empresariais, dos think tanks existentes, para aproveitar ao máximo as janelas de oportunidade que a história abre novamente ao país.
O desafio é mirar a complementariedade industrial e não apenas a melhoria da infraestrutura visando aumentar as exportações de produtos primários.

Governo federal aumenta tributação sobre lucro dos bancos


Da Agência Brasil
O governo vai elevar de 15% para 20% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incidente sobre as instituições financeiras. A medida está prevista na Medida Provisória 675 publicada hoje (22) no Diário Oficial da União.
Estimativas preliminares indicam que a iniciativa pode reforçar o caixa da União em até R$ 4 bilhões. A MP, cuja publicação coincide com o anúncio do contingenciamento do Orçamento da União, também previsto para hoje, é uma indicação de que a área financeira também dará a sua contribuição para o crescimento da arrecadação.
O governo aguardava a aprovação de medidas encaminhadas ao Congresso Nacional para anunciar o contingenciamento e definir como faria o reequilíbrio das contas, mas com o atraso das votações terá de estabelecer a retenção dos gastos a partir de hoje como manda a lei orçamentária. O anúncio sobre o valor do contingenciamento será anunciado às 15h30 de hoje.

Algumas especulações geopolíticas

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Antes de reproduzir uma notícia importante, sobre a aprovação na Câmara do banco dos Brics, permitam-me algumas especulações.
Algumas podem parecer paranoicas, mas estamos diante de uma virada geopolítica tão grande, com movimentos tão definidos, que podemos nos dar ao direito de suprir o que não sabemos com um pouco de imaginação.
Mesmo que nos faltem elementos para fechar o quebra-cabeça, isso não afetará o resultado final da análise, que é baseado em fatos: a China está trazendo para o Brasil os recursos que os EUA estão tirando. Exemplo: enquanto o sistema judiciário americano tenta ferrar a Petrobrás, a China está assinando acordos sucessivos para emprestar dinheiro à estatal, já anunciou investimentos aqui da ordem de R$ 200 bilhões para cima, e acertou com o Brasil a criação do banco dos Brics, que alocará outros bilhões na infra-estrutura brasileira.
Passei uma tarde inteira, na quarta, conversando com parlamentares, da Câmara e do Senado, e uma das teorias que circulam naqueles ambientes é a seguinte: a conspiração midiático-judicial-tucana para destruir a cadeia de indústrias do setor de petróleo é financiada pelos EUA, em especial pelas indústrias Koch, de propriedade dos irmãos Koch, os empresários mais ricos dos Estados Unidos.
Os irmãos Koch atuam em quase todas as etapas do setor, e são grandes especuladores no mercado mundial de petróleo.
Os Koch são ainda os principais financiadores do partido republicano, em especial de suas franjas mais radicais, como o Tea Party.
Outra teoria, e essa é a mais plausível de todas, porque há mais fatos: vários desses grupos “jovens”, que organizam marchas antigoverno no Brasil recebem dinheiro americano. Vem pra rua, Revoltados on Line, Movimento Brasil Livre, essa turma toda recebe, em alguns casos até sem o saber, dinheiro dos Koch ou de outro grupo vinculado à direita americana e às suas empresas de petróleo.
Os irmãos Koch fazem lobby pelo fim da lei de conteúdo nacional, e pelo fim do monopólio da Petrobrás como operadora, para que eles mesmo possam oferecer seus serviços e produtos à Petrobrás. Ou mesmo substituir a Petrobrás.
Corre à boca pequena no congresso que os tucanos não estão preocupados com a crise na cadeia de indústrias ligada ao petróleo e à construção civil, sob ataque político violentíssimo de setores conspiracionais do Ministério Público, porque o dinheiro deles já está garantido pelo Tio Sam.
O alto tucanato foi aos EUA, dias atrás, e seus membros foram homenageados num regabofe com bilionários.
Não me entendam mal. Ao contrário do clichê que se tem de um blogueiro progressista, não sou nenhum esquerdista antiamericano. Ao contrário, acho que o Brasil deveria desenvolver muito mais parcerias com os EUA, sobretudo nos campos da tecnologia da informação, ciências e cultura.
Mas evidentemente não faz sentido destruir a indústria brasileira de petróleo e substituí-la por empresas controladas pelos irmãos Koch, que representam o que existe de mais golpista, corrupto e reacionário nos EUA. Se existia corrupção na relação entre as indústrias brasileiras e a Petrobrás, com a entrada dos Koch essa corrupção seria alçada a uma magnitude muitíssimo superior.
A relação entre o dinheiro americano e a política brasileira ficou clara durante as eleições de 2014. Sempre que Dilma caía nas pesquisas, as ações da Petrobrás subiam, empurradas por pressões especulativas exercidas a partir da bolsa de Nova York.
O capital internacional, que ainda existe e não é delírio de mentes paranoicas esquerdistas, tem sede nos EUA e defende, em primeiro lugar, os interesses econômicos e políticos dos EUA.
É aí que mora o problema: os EUA nunca tiveram uma visão generosa para com o Brasil, porque nunca dependeram de nós para nada. Com exceção, talvez, do café, que não tem importância estratégica nenhuma.
Já a China realmente precisa do Brasil, porque depende de nossos produtos agropecuários e minerais. Interessa à China que o Brasil se mantenha forte, estável e em crescimento, com uma política independente dos EUA, e por isso ela está ajudando o Brasil a superar a atual crise.
Os fundamentos da indústria brasileira foram lançados na década de 40, quando o então presidente Getúlio Vargas usou a geopolítica da época para obter grandes financiamentos dos EUA.
Dilma está fazendo a mesma coisa. Está jogando o jogo macro da geopolítica para trazer ao Brasil grandes investimentos em infra-estrutura.
E de quebra ainda conseguirá desinfetar a maioria dessas conspirações midiático-judiciais, cuja principal arma seria espremer e ressecar a economia brasileira.
A história do poder americano sugere fortemente que mantenhamos o nível de paranoia em estado de alerta. Mas se quisermos nos ater estritamente aos fatos públicos, nossa análise não muda muita coisa.
Em termos gerais, as pressões políticas que vem dos EUA continuam negativas. E não é porque os EUA são malvados e os chineses, bonzinhos.
Os EUA, à diferença da China, não têm interesse, por exemplo, em financiar a nossa infra-estrutura.
No frigir do bolinho de arroz, isso é o que importa: obter recursos, muitos recursos, para financiar nossos trens, metrôs, portos e estradas.
Conseguimos isso com a China, o que forçará os EUA a também alocarem recursos aqui, se não quiserem perder influência e negócios.
Enfim, parece que Dilma, desta vez, soube ficar do lado certo do vento.
Leia a notícia abaixo. É de hoje.
*
Câmara aprova Banco do Brics que tem como prioridade financiar infraestrutura
22 de Maio de 2015
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (21) a criação de um banco de desenvolvimento com atuação internacional ligado ao Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os países representam 42% da população mundial, 26% da superfície terrestre e 27% da economia mundial. O principal objetivo do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) é financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável – públicos e privados – dos próprios membros do bloco e de outras economias emergentes.
O NBD será uma instituição aberta a qualquer membro das Nações Unidas. Os sócios fundadores, no entanto, manterão poder de voto conjunto de pelo menos 55%. Além disso, nenhum outro país individualmente terá o mesmo poder de voto de um membro dos Brics.
Para o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), Claudio Puty, a aprovação do banco representa uma nova fonte de recursos para financiar projetos em áreas estratégicas aos países do bloco. “O investimento em infraestrutura é essencial ao desenvolvimento e à retomada do crescimento econômico brasileiro”, afirma. O secretário lembra que a criação do NBD “é ainda mais relevante em um momento que o Brasil está prestes a lançar um plano de investimentos em infraestrutura”, comentou. Os recursos da nova instituição, acredita o secretário, poderão ajudar no financiamento privado dos empreendimentos.
“Uma condição necessária ao planejamento de investimento de longo prazo é reconhecer os limites orçamentários que os países em desenvolvimento enfrentam. Assim é preciso buscar formas distintas e inovadoras de financiamento que combinem recursos públicos e privados. É nesse sentido que o NBD se institui como instrumento estratégico para o desenvolvimento dos países do bloco”, destaca Puty.
Capital
O acordo autoriza o novo banco a operar com um capital de US$ 100 bilhões. Este valor pode ser alterado a cada cinco anos pelo Conselho de Governadores, órgão máximo da administração do NBD, formado por ministros dos países fundadores.
Além dos empréstimos, o NBD poderá fornecer assistência técnica para a preparação e implementação de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável aprovados pela instituição; criar fundos de investimento próprios; e cooperar com organizações internacionais e entidades nacionais, públicas ou privadas.

Dilma redireciona ajuste fiscal para andar de cima

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Miguel do Rosário


Poxa, por que demorou tanto?
Era óbvio que essa medida tinha de vir simultaneamente ao pacotão de maldades do ajuste fiscal.
Tudo bem, antes tarde do que nunca.
ERICH DECAT – O ESTADO DE S. PAULO
21 Maio 2015 | 19h 31
Palácio do Planalto já tem pronta uma MP que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20%
Em meio ao desgaste com ajuste fiscal, o Palácio do Planalto já tem pronto para despacho uma Medida Provisória que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras de 15% para 20%. A proposta, segundo interlocutores do governo, deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira. O texto, a que o Estado teve acesso, já passou pelo Ministério da Fazenda, pela Casa Civil e está pronto para ser assinado pela presidente Dilma.
A MP estabelece mudança no artigo da Lei que institui a contribuição. Diz o texto que o valor passa a ser de: “20%, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X” da Lei complementar de 2001.
Segundo interlocutores do governo ouvidos pela reportagem, a medida também tem como objetivo “pegar o andar de cima” e dar uma resposta aos mais críticos, que protestam contra o fato de as propostas do ajuste fiscal encaminhadas pelo Executivo ao Congresso Nacional atingirem essencialmente setores trabalhistas e previdenciários.
O último aumento da CSLL ocorreu em 2008, no segundo mandado do presidente Lula, ocasião em que a econômica brasileira também passava por um cenário preocupante na área da política monetária.
O ajuste da CSLL ocorre num momento em que o governo pretende combinar os cortes em gastos previstos no Orçamento deste ano com uma nova rodada de aumento de impostos. O objetivo da medida, preparada pelo Ministério da Fazenda, é reforçar o ajuste fiscal e afastar o risco de rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy apresentou uma estimativa de corte aos congressista de R$ 78 bilhões. O montante compensaria as perdas promovidas pelos parlamentares no ajuste fiscal.
O governo estima poupar R$ 14 bilhões com as restrições aplicadas em benefícios trabalhistas e previdenciários que estão em discussão no Senado. Antes das alterações feitas na Câmara, as medidas provisórias que apertavam esses benefícios produziriam uma economia de R$ 18 bilhões, segundo o governo.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Gasolina brasileira: comparativo de preço com outros países

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Gasolina brasileira: comparativo de preço com outros países


Do hotsite da Petrobrás, via O Cafezinho
A gasolina brasileira está entre as mais caras do mundo?
Os valores cobrados pelos combustíveis no Brasil encontram-se alinhados com os preços de outros países que possuem mercados de derivados abertos e competitivos. Confira o gráfico abaixo [acima] com a comparação dos preços praticados no Brasil com os preços médios cobrados em diversos países.
* A parcela “Realização Refinaria” representa o preço da refinaria sem impostos; a parcela “Margem Bruta/distrib./revendedor” representa as margens de comercialização, que oscilam em função do mercado local de venda dos combustíveis; e a parcela “Tributos” representa a carga tributária que é a maior responsável pela diferença dos preços entre os países.
* Média de valores em 2014

http://www.ocafezinho.com/2015/05/21/gasolina-brasileira-comparativo-de-preco-com-outros-paises/

Veja o que o Bolsa fez pelos filhos da Claudia !

“Porta de saída” ? É a faculdade na UNB, Urubóloga !

Saiu no Portal Brasil:

BOLSA FAMÍLIA TRANSFORMA A VIDA DE 14 MILHÕES DE FAMÍLIAS



Diarista investe recursos que recebe do programa na educação dos filhos e sua filha mais velha conquista vaga em universidade

Ver um filho estudando em uma universidade é o sonho de muitos brasileiros e se tornou realidade na vida da diarista Cláudia Patrícia Mariano de Souza Guimarães, de 46 anos, nascida em Patrocínio, Minas Gerais.

Beneficiária do Programa Bolsa Família, ela investe o recurso que aumenta sua renda na educação dos filhos. “Eles estão na escola. Os mais velhos já fizeram curso de computação”, comemora o avanço na capacitação profissional dos herdeiros, oportunidade que ela própria não teve.

Um dos motivos de maior alegria para Cláudia Patrícia é a filha mais velha, Meiriam Guimarães, de 20 anos. Hoje aluna do curso de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), a jovem enche a mãe de orgulho. “Meu destaque é para a Meiriam, que fez vários cursos por fora, com essa ajuda que o governo me dá. Para mim, isso é muito importante”, conta.



Balanço

A família de Cláudia Patrícia é uma das cerca de 14 milhões que terão sua renda complementada pelo Programa Bolsa Família. A partir desta segunda-feira (18), começou o pagamento do benefício, que tem valor médio, neste mês, de R$ 167,95.

O programa, criado em 2003, tem como objetivo combater a pobreza e a exclusão social no Brasil. Para participar, o cidadão precisa se enquadrar no perfil de beneficiários: família com renda mensal de até R$ 77, por pessoa, mesmo que não tenham gestantes, crianças ou adolescentes na família. Para o caso de famílias com gestantes, crianças e adolescentes a renda mensal deve estar entre R$ 77,01 e R$ 154, por pessoa.

Em artigo recente, a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou que mais de 3 milhões de famílias deixaram o programa voluntariamente. Outras três milhões de famílias tiveram o benefício cancelado, desde 2003, por não se enquadrarem no perfil do programa. 

“Mais de 96% dos 15,7 milhões de estudantes monitorados cumprem frequência mínima de 85% nas escolas”, ressalta Tereza Campello.


Avanços

Entidades internacionais reconheceram os avanços sociais no Brasil em função do Bolsa Família. Em 2011, o Relatório sobre Erradicação da Pobreza do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para o Conselho Econômico Social (ECOSOC), apontou que o programa é exemplo de erradicação da pobreza.

A presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também já atestou a eficiência do programa. “Destaco o programa Bolsa Família no Brasil, que conseguiu interromper a transmissão da pobreza de geração para geração e agora serve como modelo para o resto do mundo”.

Outro reconhecimento internacional aconteceu em 2013, quando o Programa Bolsa Família recebeu o prêmio Nobel de Seguridade Social, o Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social.

A premiação, considerada o Nobel da Seguridade Social, só é concedida a cada três anos, depois de uma série de pesquisas in loco. Para a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, “é o reconhecimento do sucesso da luta contra a pobreza e pela promoção dos direitos sociais da população mais vulnerável do Brasil”.

Desde a criação do programa, 36 milhões de pessoas saíram da linha da miséria, sendo 22 milhões entre 2011 e 2014. Dados ainda contestam a tese de que beneficiários do Bolsa Família teriam mais filhos, por exemplo.

De acordo com o IBGE, entre 2003 e 2013, o número de filhos por mulher caiu mais acentuadamente entre os 20% mais pobres, na faixa de renda atendida pelo programa, 50% mais do que na média da população, informa também a ministra do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Frente parlamentar entrega documento em Defesa da Petrobras


Por Michèlle Canes
 

Integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras reuniram-se na tarde desta quarta-feira (20) com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. O ministro recebeu uma nota técnica com um estudo sobre projetos que estão em tramitação no Congresso Nacional com os quais a frente se posiciona contrária.
Segundo o presidente da Frente Parlamentar, deputado Davidson Magalhães (PCdoB/BA), a reunião faz parte de uma agenda de audiências feitas pelo grupo para tratar de questões ligadas à defesa da estatal. “Já estivemos com o vice-presidente, Michel Temer, e hoje com o ministro de Minas e Energia cuja a pauta foi levar esse documento sobre o que consideramos ser a ideia de defesa da Petrobras”.
O deputado destacou, entre os aspectos abordados, a questão do regime de partilha, a continuação da empresa como operadora única do Pré-Sal e também aspectos sobre o conteúdo nacional, ou seja, investimentos para garantir o desenvolvimento de outras áreas da indústria de petróleo. O documento apresentado a Braga e Temer também foi enviado ao presidente da Petrobras.
Para Magalhães, a reunião com o ministro foi proveitosa. “Contamos com o apoio do ministro”, disse o presidente da frente. “Ele [ministro] ficou de fazer uma articulação política para defender estas questões. Especialmente com relação ao regime de partilha e do conteúdo nacional”, ressaltou, com relação a concordância do ministro com a posição da frente.
O texto entregue diz que os projetos que tramitam no Congresso procuram extinguir o regime de partilha de produção ou retirar a operação exclusiva da Petrobras e sua participação mínima obrigatória de 30% nos contratos de partilha de produção. Para Magalhães, a presença da estatal no processo de exploração é essencial. “A presença da Petrobras garante um controle mais efetivo no processo de produção”, defende o presidente da frente.
No texto, a frente defende também que os projetos em tramitação “demonstram uma posição antinacionalista” e que a posição estratégica da empresa precisa ser reforçada para fortalecer a indústria nacional. “A Petrobras é inteiramente capaz, técnica e financeiramente, de cumprir sua missão legal de explorar o Pré-Sal em concorrência e a ser a sua única operadora de produção. Isto, por fim, dá a exata dimensão do risco que o país corre com a aprovação desses projetos e com o afastamento da Petrobras do Pré-Sal”, finaliza o documento.

Cultura e espaço público: os objetivos da gestão Haddad e o olhar de Nabil Bonduki

Nabil Bonduki expõe com exclusividade ao GGN sua visão sobre público e privado quando o assunto é cultura e cidade
Jornal GGN - O secretário Nabil Bonduki recebeu o GGN em seu gabinete para falar sobre como sua experiência em assuntos urbanísticos - o vereador licenciado é relator do Plano Diretor, sancionado pelo prefeito Fernando Haddad em 2014 - tem influenciado sua atuação como titular da pasta de Cultura de São Paulo.
Na entrevista a seguir, Nabil fala sobre a distribuição desigual dos espaços de cultura fomentados pela administração municipal e o que o Paço pretende fazer para superar essa questão. O secretário também abordou as linhas de financiamento oferecidas hoje, as políticas intersetoriais, a interação entre espaços públicos e privados, corrupção e o programa Redes e Ruas.



Porque os investimentos chineses não devem ser temidos, por Fernando Brito

Enviado por Notívago
Do Tijolaço
Por Fernando Brito
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Quando fiz comentários, outro dia, aqui, sobre o interesse dos chineses em investir no Brasil, surgiram algumas pessoas preocupadas com o que seria o “imperialismo chinês no Brasil”.
Respondi meio na base da brincadeira (politicamente incorreta, aliás) de que deveríamos, quem sabe, procurar nas pastelarias os agentes de Pequim.
Mas acho que isso vale um reflexão mais profunda sobre o que é diferente no estabelecimento de relações de negócio com a China do que foram, no passado, as com a Inglaterra e ainda são as com o EUA.
A primeira, obvia, é que somos praticamente antípodas. Estamos fora do conceito de espaço vital (o Lebensraun da Alemanha nazista é um conceito do século 19, fortemente inspirado nas ideias do “Destino Manifesto” que empolgou os EUA, ao ponto do presidente James Buchanan, em meados do século ter dito que “a expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (…) e nada pode detê-la”.
O que foi repetido, 150 anos depois, pelo General Colin Powell: “O nosso objetivo com a Alca é garantir para as empresas norte-americanas o controle de um território que vai do Pólo Ártico até a Antártida“.
Muito menos parece que os chineses pretendam criar, como arrogavam-se os ingleses, um império “onde o sol nunca se põe”.
A segunda é que, ao que conste, não existe de parte dos chineses nenhuma iniciativa de controlar jazidas e terras por aqui. No primeiro caso, a modéstia (20%) com que participaram do leilão de Libra e – aqui revelo algo que me contaram – com um chinês vigiando o envelope do lance, para que não se desse um tostão acima do lance mínimo. Positivamente, não é atitude de quem quer, a qualquer preço, abocanhar um grande naco do nosso petróleo. Também não se registra qualquer interesse por minas de ferro ou de outros minérios, que eu saiba.
Também não causa preocupação aqui o apetite chinês por áreas agricultáveis – que eles têm, sim, na Austrália e na África  – porque depois de muita conversa, no início da década, que que os chineses queriam comprar terras por aqui o assunto sumiu e deu lugar a interesse de acordos entre produtores brasileiros – ou empresários do agronegócio – com o poderoso mercado chinês, aliás no qual a liberação das importações de carne do Brasil é um dos maiores interesses do setor.
O foco deles é, sim, a logística, porque são importadores e serão ainda mais, com o crescimento de sua economia e, sobretudo, de seu consumo interno, onde inclusão, mesmo pequena, representa agregação de dezenas de milhões ao mercado.
No “front” tecnológico, embora estejam muito mais avançados que nós, também não tem a China a possibilidade de pretender ser “dona” do pedaço, ao menos no horizonte visível. Pode partilhar algumas pesquisas de ponta, mas não pretender domínio – o que aliás nem tenta – de nossa indústria, onde o prejuízo que traz é no setor têxtil e de vestuário, que está longe de ser indústriahigh-tech ou de base, embora seja importante.
Mas temos muito a partilhar em áreas onde os chineses são fortes: transmissão de energia elétrica (natural, porque também têm dimensões continentais), construção naval, ferrovias, siderurgia (são o maior produtor de aço do mundo), tecnologia agrícola (da qual eles dependem fortemente) e muitas outras áreas.
Igualmente na área militar, não consta que os chineses estejam tentando espalhar sua doutrina. Ao contrário, dos grandes países, são mesmo o que menos detém tecnologia própria, que se desenvolveu, como todos sabem, com “cópias adaptadas” de armamentos de outros países e só agora – e muito modestamente – cuidam de criar vetores bélicos (porta-aviões, aviões furtivos e mísseis de longo alcance- áreas em que são assumidamente muito inferiores aos EUA) com poder de projeção a longas distâncias.
O melhor exemplo é que só agora estão fazendo seu segundo porta-aviões.
No que eles se esmeram, seja em armas, convencionais ou nucleares  ou em meios eletrônicos – é, isto sim, em criar um poder bélico dissuasório.
Bem, some o leitor e a leitora todas as brutais diferenças culturais, econômicas e sociais que há entre os dois países e veja se estamos sujeitos a uma hipotética “dominação chinesa”.
Claro que os chineses não são “santinhos” e querem, como sempre foi a regra das grandes potências econômicas mundiais, ganhar dinheiro e poder, ou vice-versa. E que com eles, ou com os norte-americanos, os alemães ou os franceses devemos fazer negócios que sejam bons para o Brasil. A única diferença é que eles estão oferecendo estas oportunidades e os outros, não ou, ao menos, nem tanto ou muito menos.
E estão oferecendo porque, como você pode ver no mapa acima (mesmo não sendo tão atual, ajuda a ter uma ideia) que mostra o investimento chinês através do mundo e revela  o quanto a participação do Brasil nestas inversões de capital é pequena em relação ao tamanho da sétima economia do mundo.
Mesmo que tenhamos, nesta década, nos tornado o quinto ou sexto destino de capitais chineses, ainda atraímos muito menos que Austrália, EUA e Canadá ( será que alguém acha que estão controlados pelos chineses?) e, sobretudo, que acumulamos um atraso imenso nessa captação, comparada ás nossas potencialidades.
É isso, e não outra coisa, que explica o volume dos acordos que estamos assinando com aquele país.
O resto é conversa de quem, em relação ao capital internacional, fez séculos de maus negócios, embora para os estrangeiros o Brasil tenha sido, sim, um negócio da China.