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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Independência política requer independência energética

Por Luiz Eduardo Brandão
Comentário do post "Razão de Estado e Petrobras, por Motta Araújo"

Do lado de lá do Atlântico, alguns séculos atrás...

1. A França vivia sob o regime da monarquia absoluta, no qual o rei podia tudo, sem nenhum freio. A ideia da razão de Estado surgiu entre as cabeças pensantes políticas da época como um freio a esse poder absoluto: o monarca absoluto podia tudo, menos ir contra a razão de Estado. Demonstrado pelos conselheiros do rei e pessoas influentes da corte que tal medida desejada pelo monarca ia contra ela, a razão de Estado, o rei a retirava. Ou por aceitar a argumentação, ou talvez por temer um venenozinho no vinho, uma punhalada nas costas...

2. Voltando para o lado de cá, parte de baixo do hemisfério: a razão de Estado, que podíamos traduzir como os interesses nacionais históricos e imediatos, comanda que sejamos uma nação independente, com um papel de destaque a exercer no tal de "concerto das nações". Quem vai contra isso, é um entreguista, como se dizia nos 60, um serviçal de interesses exóticos. E isso, essa independência política, requer, entre outras coisas, independência energética -- que é o que norteou a criação da Petrobrás, 62 anos atrás, e deve nortear o que concerne à sua existência e atuação. O bombardeio da mídia, valendo-se da munição vazada para ela por operadores da Lava Jato, não visa apenas nem fundamentalmente o PT.

Isto é, apenas, um objetivo intermediário. O objetivo final é acabar com a Petrobrás e pôr nossas riquezas energéticas -- logo nossa independência energética, logo nossa independência tout court -- em mãos alheias. Isto tem de estar, neste momento de verdadeira guerra política, acima de outros problemas, a serem resolvidos depois. Entendam: se acabam com a Petrobrás, com a engenharia brasileira, adeus pré-sal, adeus independência energética, adeus independência política. Sua criação foi uma batalha contra as mesmas forças que ora se esgoelam com essa historieta de corrupção. E chega dessa ideia atrasada, infundida na cabeça do povo pelas forças reacionárias e, estas sim, arquicorruptas em todos os sentidos (sobretudo éticos) do nosso país, de que a corrupção é uma praga a ser resolvida com a cadeia para os corruptos -- sempre os do lado político contrário ao partido oligárquico. Corrupção se combate é com medidas políticas, jurídicas e inclusive administrativas, como parece estarem sendo tomadas na Petrobrás. Os que arvoram a bandeira da anticorrupção costumam ser os maiores beneficiários e promotores própria, da corrupção. O combate a ela é, ou devia ser, uma coisa corriqueira, reparando interminavelmente as brechas, os bugs pelos quais ela consegue se infiltrar.

Com medo de apanhar, Francisquini foge de manfestantes no Paraná

Ah, ele ficou com medo de ser colocado no camburão...kkkkk


Portal Eu Curto Curitiba

Hedmilton Rodrigues
Com medo de apanhar, Fernando Francischini foge dos professores 
Após ser impedido por manifestante de escoltar os deputados do camburão, Fernando Francischini se desespera e foge dos professores. 
A manifestação liderada por professores ontem (12) em frente a Assembléia Legislativa rendeu cenas que entrarão para a história da política Paranaense, além dos manifestantes terem colocado os deputados paranaenses em seu devido lugar, em um camburão o Fernando Francischini  protagonizou uma um episódio que ficará para sempre na memória de quem esteve ontem no Centro Cívico. O secretário de segurança pública, que usou como slogan na campanha de 2014 a frase “Coragem tem nome e sobrenome“, parece que esqueceu da coragem em algum lugar ontem. 
Após ser impedido por um manifestante de retirar os deputados do camburão, Fernando Francischini de desesperou e fugiu correndo para dentro da ALEP com medo dos manifestantes, que como mostra o video abaixo, em nenhum momento ofereceram perigo ao secretário. 
Mais uma cena da patética política paranaense quer merece ser compartilhada. 
http://www.jornalggn.com.br/noticia/com-medo-de-apanhar-francesquini-foge-de-manfestantes-no-parana

Ah, esse sorrisinho maroto do Alckmin e demais, com essa carinha  de sonso ele tem enganado muitos otários que só se informam por Vejas, Globos, Folhas e Estadões....

Alckmin usa duas negativas para admitir rodízio


Jornal GGN - A indecisão do governador Geraldo Alckmin é tão grande que só conseguiu admitir a possibilidade de rodízio valendo-se de duas negativas: não se pode dizer que não haverá rodízio.

Diversão de carnaval: assistir repórter apanhar de especialista em petróleo

Se essa campanha da mídia contra a Petrobrás não mexesse com interesses tão graves e tantos empregos, eu diria que já começa a ficar engraçada.
No vídeo abaixo, Jean-Paul Prates, consultor na área de petróleo, comenta a compra da refinaria de Pasadena, e contraria a repórter da Globo, que vem cheia de teses.
Me parece um vídeo antigo, de alguns meses atrás, mas o tema é atual.
Além disso, assistir uma jornalista da Globo apanhar de um especialista é uma boa diversão para um sábado de carnaval.
Assista ao vídeo:

http://tijolaco.com.br/blog/?p=24771

A desculpa da corrupção para abocanhar a Petrobrás

Disputa: A fumaça da corrupção e o abocanhamento da Petrobrás

Jornal GGN - Em entrevista ao Correio da Cidadania, o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Felipe Coutinho, cita oito pontos de interesses privados da cadeia produtiva que cercam a Petrobras, administrados pelo governo, e defende a necessidade do Estado aumentar o seu papel na gestão direta do petróleo, diminuindo os riscos do interesse privado, quando esse se torna nocivo ao interesse social.

Coutinho também criticou o vazamento seletivo dos depoimentos da Operação Lava Jato, entretanto apontou que é "evidente a vulnerabilidade institucional" da Petrobras com relação aos seus fornecedores de bens e serviços. Para ele a companhia é vítima, e acusa os empresários de se "organizarem em cartel para obter contratos super-lucrativos e fraudar a Petrobras".
Segue link para  texto na íntegra

http://jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/disputa-a-fumaca-da-corrupcao-e-o-abocanhamento-capitalista-da-petrobras

Salário mínimo tem o maior valor em 50 anos. O mundo está perdido!

Autor: Fernando Brito

vodamiriam
Deve ser por isso que o Brasil – o Brasil dos jornais, claro –  está quebrado.
Mas o Banco Central disse, ontem, que “apenas no período entre julho de 1964 e julho de 1965 o salário mínimo – que é baixíssimo ainda – comprava mais do que hoje, em valores corrigidos pela inflação”.
Se você pensar bem, uma vergonha que só agora estejamos conseguindo pagar ao trabalhador mais humilde o que se pagava há meio século.
Se pensar melhor ainda, que maravilha que, em pouco mais de dez anos se tenha conseguido recuperar as perdas de quatro décadas.
E quem está dizendo não é uma instituição propriamente “esquerdista”.
Mas o BC, que aproveita o índice “escandaloso” para fazer um alerta de que ” a política de valorização do mínimo está aumentando o custo médio da mão de obra”.
É como dizia o avô da Miriam Leitão, n’O Globo , nos idos de 62, quando falava que o 13° ia ser um “desastre para o país”
Ia-lhe bem um arrochinho no mínimo, pois não?
Pois o salário mínimo cresceu – vejam que absurdo! – 76% acima da inflação, desde 2003
“Pior” ainda, porque, de 2003 a 2014, o rendimento médio da população ocupada com renda de até um salário mínimo cresceu 52% a mais do que o salário mínimo.
Temos de tomar providências urgentes porque, senão, este país acaba tendo justiça social.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=24717

Sete informações importantes pra não pagar mico ao falar sobre o preço da gasolina, por Sidney Braga



1 - 27% do preço da gasolina é o Imposto ICMS, de responsabilidade do governador do seu Estado. Portanto cobre dele.
fonte: http://www.br.com.br/wps/wcm/connect/portal+de+conteudo/produtos/automotivos/gasolina/como+sao+formados+os+precos+da+gasolina
2 - 6% referem-se a Impostos Federais, tais como CIDE, PIS e COFINS. Aqui você pode e deve cobrar do Governo Federal.
3 - Ao contrário do que dizem por aí, a gasolina do Brasil está longe de estar entre as mais caras do mundo. Após os recentes reajustes, a gasolina brasileira ocupa a posição 73 neste ranking. fonte: http://pt.globalpetrolprices.com/gasoline_prices/
4 - A gasolina brasileira já esteve entre as 20 mais caras do mundo em 2002. fonte: http://www.nationmaster.com/country-info/stats/Energy/Gasoline-prices
5 - O custo da matéria prima (petróleo) no preço da gasolina não chega a 20% no Brasil. Além disso, boa parte da matéria prima é nacional, não dependendo do preço do barril no mercado internacional. É por isso que quando o preço do barril subiu, o preço da gasolina brasileira não subiu. Pelo mesmo motivo, quando o preço do barriu despencou, o preço da gasolina não acompanhou a queda.
6 - De 95 a 2002, o preço da gasolina teve reajuste de 350% em 8 anos. Média de 44% ao ano. De 2003 a 2015, a gasolina foi reajustada em 45%, média de 3.75% ao ano. Ou seja, o reajuste nos últimos 12 anos foi equivalente a média de 1 ano do período anterior.

7 - Em 1994, era possível comprar 127 litros de gasolina com um salário mínimo. 8 anos depois, o poder de compra da gasolina diminuiu e era possível comprar 97 litros do combustível com o salário mínimo. Atualmente, após os reajustes, é possível comprar 220 litros com o mesmo salário mínimo.

http://jornalggn.com.br/noticia/sete-informacoes-importantes-pra-nao-pagar-mico-ao-falar-sobre-o-preco-da-gasolina

Justiça seletiva ignora que o cartel de empreiteiras começou no governo FHC

Não entendi pq este processo da Lava Jato não alcançou a Era FHC...

Deu no Diário do Centro do Mundo

Do g1:
O executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, dono da Setal Engenharia e um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras, afirmou em depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta segunda-feira (9) que o “clube” das empreiteiras passou a combinar resultados de licitações desde meados da década de 1990, época em que o país era presidido por Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Mendonça Neto, as empresas e a Petrobras instituíram um grupo de trabalho para discutir e melhorar as condições contratuais. O grupo funciona até hoje, explicou o empresário. Ele disse que, a partir dessa aproximação, um grupo de nove empreiteiras passou a combinar com qual delas cada obra ficaria. A combinação não tinha o conhecimento da estatal, segundo Mendonça Neto.
O G1 entrou em contato com o Instituto FHC mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
(…)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O governo tem sido uma tragédia em termos de comunicação. O facebook do MJ mostra como poderia ser

Um oásis na comunicação: Facebook do Ministério da Justiça surpreende.



https://www.facebook.com/JusticaGovBr
Acho que é consenso geral que o ponto mais fraco do governo Dilma está na área de comunicação e na má ocupação de espaços no enfrentamento do debate político (o que, na prática, é a batalha pela pauta política, que se mistura com a batalha da comunicação).

Vamos ser claros: comunicação ideal é aquela que cai na boca do povo.

Do jeito que o sentimento anti-política está forte hoje na maioria da população, aumenta o desafio de fazer sites governamentais que atraiam interesse e prendam a atenção do grande público.

Aí entro no facebook do Ministério da Justiça e fico surpreso pela qualidade, utilidade e inteligência. Está até "pop".

É útil e agradável de ler, atualizado, com forte ênfase em serviços públicos, participação popular, e mensagens de cidadania relativas a políticas públicas.

De cara, no cabeçalho, tem o convite para o internauta participar dando pitacos no decreto que regulamentará o marco civil da internet. Abaixo tem várias notas a respeito deste assunto.

A primeira nota na hora que entrei foi uma explicação do porque o filme “50 tons de cinza” teve classificação indicativa para 16 anos e não 18. Na nota tem a lista de todos os filmes que estreiam na semana com a classificação indicativa. Achei interessante. Rolando a tela abaixo vemos que isso é publicado toda semana.

Tem um aviso de processo seletivo para contratar profissionais de informática para o ministério (quem estiver interessado precisa se inscrever até o dia 22 de fevereiro).

Tem inscrições para um Curso Virtual de Combate à Corrupção e lavagem de dinheiro. E para outros 71 diferentes cursos a distância em Segurança Pública. Todos para profissionais da área.

Tem todos os avisos de "recall" de carros, motos, etc. Tem advertência à Vivo quanto à violação de privacidade. Tudo dentro da política de direitos do consumidor.

Tem campanhas de cidadania para o carnaval, de respeito à mulher, de proteção à crianças e adolescentes, conscientização sobre malefícios do álcool para jovens.

Campanha de direitos humanos contra o trote violento ou degradante em estudantes, contra a homofobia.

Tem incentivo ao controle social sobre os governos através do portal da transparência.

Tem um aviso de um bandido procurado.

E outras notas interessantes.

Ficou inteligente, porque funciona como uma revista de serviços (e é isso que o cidadão comum quer dos ógãos de estado) e de atualidades sobre cidadania e temas relacionados ao ministério.

Não tem ênfase na bajulação de ministro, nem culto à personalidade, nem ênfase em solenidades, cerimônias e esses ranços de oficialismo. Não é chato, ficou leve e agradável. Até quem não gosta do governo compartilha muitas notas, porque é de interesse público geral.

E, pelo jeito, funciona no sentido de cair na boca do povo, pois está com quase 1,3 milhões de curtidas, enquanto a página no facebook do Palácio do Planalto está com 305 mil.

Não digo que seja modelo a ser imitado por todos, pois cada órgão público tem sua necessidade de comunicação específica.

A página da presidenta, por exemplo, exige conversar com o cidadão sobre as políticas públicas nas ações de governo, seu impacto na vida das pessoas, prestar contas na forma de balanço de resultados e explicações de natureza política também como, por exemplo, falar de tudo que está por trás da Petrobras. É importante não deixar impune quem roubou e reaver o dinheiro roubado, mas também é importante não deixar fazer um roubo muito maior, que é o patrimônio do povo brasileiro, porque tem gente atacando mais a Petrobras do que o razoável, para roubar a empresa inteira e o pré-sal do povo brasileiro.

Tem que explicar que o regime de partilha é para garantir mais dinheiro para a educação e saúde do povo brasileiro, e tem gente sabotando para tirar do povo e enfiar no bolso privado. Que a exclusividade da Petrobras no pré-sal é para garantir a soberania e ter controle sobre essa riqueza. Senão uma empresa estrangeira poderia até fraudar o tanto de petróleo que extrai e exporta sem a gente saber. E que encomendas na indústria nacional é para garantir empregos aqui e desenvolver a indústria e tecnologia nacional.

Mas o estilo de reduzir o oficialismo adotado pelo Ministério da Justiça acho que é bom copiar para cair na boca do povo.

Confira a página do Ministério da Justiça aqui: https://www.facebook.com/JusticaGovBr.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Europa: HSBC: gestão de Stephen Green movimentou € 180 bi para Suíça

Este caso diz respeito a muitos governos, embora no Brasil tenha a ver com a mídia que, é claro, escondeu o caso, pq será (http://www.josecarloslima87.blogspot.com.br/2015/02/quem-sao-os-brasileiros-que-guardam-20.html)


Sugerido por Nonato Amorim
Jornal GGN - O escândalo de que o HSBC favorecia a evasão fiscal em grande escala dos seus clientes ricos em contas na Suíça, para que sonegassem impostos, agora abala a reputação e o sono do ex-diretor-geral e ex-presidente do banco, Stephen Green. O britânico, dirigiu o banco exatamente no período em que as investigações mostram movimentação de 180,6 bilhões de euros dos clientes do HSBC para a Suíça, de 2003 à 2010. Em seguida, se tornou ministro de Comércio do governo de David Cameron (2011-2013). Em nenhum momento de sua história executiva e política esteve envolvido em escândalos. Nas tentativas recentes da imprensa de querer saber do seu envolvimento com o escândalo do HSBC, Green preferiu declarar que não comentará nada sobre as atividades do banco por uma questão de "princípios".
Do swissinfo.ch
O ex-presidente do HSBC, o inglês Stephen Green, apóstolo do capitalismo, vive um pesadelo com o caso "SwissLeaks", que está arruinando sua reputação.
Segundo as investigações, Green foi diretor-geral(2003-2006) e presidente (2006-2010) quando o HSBC movimentava 180,6 bilhões de euros dos clientes ricos em contas na Suíça para que eles sonegassem impostos.
"É uma questão de princípio, não vou comentar nada sobre as atividades passadas ou presentes do HSBC", respondeu lorde Green, de 66 anos, ao jornalista da BBC horas após a publicação da investigação em cinquenta veículos de comunicação do mundo.
Nos últimos dias, a imprensa repete insistentemente que o influente banqueiro, que depois veio a ser ministro do Comércio do governo de David Cameron (2011-2013), esteve ciente dessas práticas e que talvez tenha contribuído com o esquema.
Na quarta-feira, na Câmara dos Comuns, o líder do governo conservador, David Cameron, e o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, se acusaram mutuamente de ter tido relações estreitas com Green.
"Em setembro de 2010 já se sabia que o HSBC favorecia a evasão fiscal em grande escala. "O primeiro-ministro quer nos fazer acreditar que, nos três anos em que Stephen Green foi ministro, eles nunca falaram sobre o acontecia no HSBC?", questionou Miliband na Câmara dos Comuns.
Redefinir o capitalismo
Casado, pai de duas filhas, Stephen Green tinha tudo para ser visto om bons olhos. Analista na empresa McKinsey, se juntou ao HSBC em 1982, chegando à direção 16 anos depois.
Em 2003, virou o executivo número um da entidade no cargo de diretor-geral, que ocupou durante sete anos. Depois, tornou-se o presidente do banco, onde teve que enfrentar a grave crise financeira que deu fim a dois bancos do Reino Unido, o Lloyds e o RBS. O HSBC, diferentemente dos concorrentes, não precisou de ajuda do governo para superar a forte turbulência econômica.
No final de 2010, David Cameron chamou Stephen Green para integrar seu governo e o transformou em membro da Câmara Alta, com o título de Lord Green de Hurstpierpoint.
Stephen Green fez, então, um discurso de adeus ao mundo das finanças com o título "Reconsiderar os negócios em um mundo em mudança", na prestigiosa Chatham House de Londres.
"No HSBC colocamos os valores no centro dos negócios e desempenhamos um papel positivo para o mundo em geral", disse na ocasião.
"Hoje temos a oportunidade de redefinir o capitalismo, de reformular seu propósito, mostrar que pode ser iluminador", acrescentou. "Se não, corremos o risco de romper a promessa sagrada de deixar uma sociedade melhor para os nossos filhos".
Stephen Green terá agora que enfrentar as acusações, dois depois de o HSBC ter tido que pagar uma multa recorde de 1,9 bilhão de dólares nos Estados Unidos por ser cúmplice de lavagem de dinheiro de narcotraficantes, "terroristas" e do Irã.


http://jornalggn.com.br/noticia/hsbc-gestao-de-stephen-green-movimentou-%E2%82%AC-180-bi-para-suica

Saul Leblon sobre a dificuldade de Dilma em fazer política para apagar o incêndio

Urgente, falta uma ponte entre o apelo e a rua

Se o PT, a esquerda em geral, os movimentos sociais e o campo progressista não se entenderem a tempo de definir uma agenda comum o juiz Moro o fará por eles.

por: Saul Leblon 




Agência PT

Soa angustiante a dissociação entre o gesto  e o seu efeito.

Entre o apelo e o desdobramento.

Entre o alerta  do abismo e a impotência para deter o comboio.

De novo, no evento dos 35 anos do PT,   lideranças do partido, entre elas a do ex-presidente Lula, expuseram  diagnósticos corretos sobre a ofensiva conservadora no país, denunciaram o golpe dissimulado, como de hábito, faxina moralizante; conclamaram o partido a sacudir a letargia, ir às ruas,  lutar, resistir.

Especial Carta Maior: Petrobrás Nação ou Mercado

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Especial-Carta-Maior-Petrobras-Nacao-ou-Mercado-/4/32831

Nossa crise no contexto mundial da geoeconomia e da geopolítica, por J. Carlos de Assis

É claro que os EUA não gostariam do Projeto Transul, como não gostam de nada que represente um embaraço à expansão de seus investimentos num momento de crise de oportunidades da economia real dos países centrais, e num momento em que preparam a guerra contra a Rússia. Paciência. Temos que buscar nosso destino, mesmo sabendo que, afirmando seus próprios interesses, os EUA concorrerão para nos desestabilizar dentro de nossa crise interna, usando o pretexto da corrupção – como fizeram com a Líbia, o Egito e o Yemen. Entendo que não devemos tê-los como rivais, mas como um vizinho perigoso. De qualquer modo, dadas nossas relações históricas, não precisamos de ser inimigos deles.

Leia o texto na íntegra

O impeachment e o exercício de tirar doce de criança

Sinto muito dizer essa verdade: A comunicação de Dilma só funciona em época de eleição. Na última disputa não só funcionou como deu resultado: A popularidade da presidente, que estava lá embaixo, foi recuperada por causa do contraponto que foi feito de forma eficiente, como bem sabemos, nós também participamos. Para quem tem boa memória sabe que durante a disputa eleitoral tinhamos videos, memes e posts à vontade produzidos pela equipe da campanha.

O que tivemos até recentemente na área da comunicação senão uma Graça Foster usando palavra de delator safado (ávido para ganhar a liberdade) para mensurar montante de desvios ocorridos na Petrobrás? O blog da Petrobrás foi jogado às moscas, bem como o do Planalto, vc não vê videos por ai, os poucos que tem tem 2 horas de duração, nada a ver com conteudo para uma rede como o whathsApp onde se recomenda video de no máximo 3 minutos. Tempos atrás procurei um video com fala onde Graça explicasse os problemas da Petrobrás e não achei um sequer.

O que temos desde quando terminou a eleição senão o silêncio sepulcral de Dilma? O site Muda Mais soltava muitas memes, usava uma linguagem jovem, divertida, leve, para fazer o contraponto nas redes sociais, inclusive no whatsApp que, hoje, estão entregues à mensagens que usam todos os meios tais como memes, videos, correntes recheadas de dados falsos. E não podemos fazer nada! O fim do Muda Mais foi importante fator para desmobilizar a militância como se a guerra estive ganha, o que, como se vê, não era o caso. Que o Muda Mais volte urgente, pois como está tá bom demais da conta: Para os golpistas de ocasião.
Após publicar o post informando sobre as ordens da Globo, proibindo a citação do nome de Fernando Henrique Cardoso nas reportagens sobre a Lava Jato, um pequeno site de Tocantins publicou o factoide da publicidade de empresas estatais no blog.
Imediatamente a reportagem invadiu as redes sociais, Twitter, emails, com uma abrangência similar à da propagação do falso email "Elite Privilegiada" durante a campanha.
Significa que a oposição manteve incólume a estrutura de redes sociais utilizada. Já a estrutura de redes sociais da campanha de Dilma dissolveu-se no ar, como se a batalha política tivesse acabado no segundo turno.
A expressão "tirar doce da boça de criança" cai como uma luva para descrever a luta política atual. A única diferença são lutadores isolados que acham que, mesmo a criança sendo um adulto que não quer se defender, tirar o doce não é uma prática legítima.


A defesa individual da legalidade impõe um custo alto aos que se atrevem a isso.

http://www.jornalggn.com.br/noticia/o-impeachment-e-o-exercicio-de-tirar-doce-de-crianca

Golpistas sonham transformar Dilma em Collor e PT no PRN

Autor: Eduardo Guimarães
collor capa

Em meados de 1991, a imprensa começou a divulgar denúncias envolvendo o círculo próximo de Fernando Collor de Mello, como ministros, amigos e até a então primeira-dama, Rosane Collor. Menos de um ano depois (em maio de 1992), a revista Veja, que construíra a imagem dele como “caçador de marajás”, publica entrevista de Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, em que este denunciou o dito esquema de corrupção, que envolvia o ex-tesoureiro da campanha colorida, Paulo César Farias.

O preço da inação política, por Maria Inês Nassif


da Carta Maior


Dilma acreditou que calaria a boca da oposição ao mudar a política econômica, mas está isolada e corre o risco de enterrar o legado dos governos de esquerda.

A presidenta Dilma Rousseff desmobilizou a sua base de apoio social, na tentativa de cooptar setores à sua direita, sem entender que isso a fadava ao isolamento: as elites políticas e econômicas do país estão unidas em torno de um projeto de poder que não inclui negociar com o governo. É o que conclui Maria Inês Nassif, que hoje volta a integrar a equipe de articulistas da Carta Maior.

É assustadora a corrosão ocorrida na imagem da presidenta Dilma Rousseff e de seu governo em apenas 41 dias do início do seu segundo governo. Isso não é apenas efeito Operação Lava Jato. Aliás, é possível arriscar o palpite de que a operação, que desde o ano passado tentava vincular a rede de corrupção dentro da Petrobras ao governo, à Dilma e ao PT, apenas conseguiu esse objetivo porque encontrou terreno fértil na inação política do governo, no período posterior à campanha eleitoral.  
Assustada com a agressividade da oposição durante as eleições, a presidenta concentrou-se em tentar eliminar as restrições do mercado à política econômica anterior. Acreditou que, agradando o capital financeiro, desarmaria seus oponentes mais sensíveis aos humores do poder econômico. Ignorou o fato de que a agressividade da oposição, e o ataque especulativo à economia brasileira e à Petrobras, não se encerrariam com o fechamento das urnas e a consagração do candidato vitorioso. Isso porque, independentemente da sua vontade ou de sua intenção, tornou-se a grande protagonista de um momento da história em que ocorre uma radicalização visível e grave na sociedade. Quer ela queira, ou não, é a maior líder de um lado dessa disputa, no momento em que o outro lado passou a ter um projeto de poder que lhe é próprio, não admite mais intermediários.

Neste momento, a elite brasileira não está delegando tarefas a terceiros. As elites política e econômica, juntas, acham que dão conta de operar diretamente seus interesses, da forma como fizeram durante toda a história desse país, salvo intervalos de governos mais populares -- Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma. O "outro lado" está forjando líderes na marra, com o uso ativo de uma máquina de mídia. Dilma tem que decidir se assume de fato a liderança do seu lado ou insiste numa política de tentar cooptar grupos políticos e econômicos que acreditam ter mais poder do que ela, e dificilmente serão seduzidos por um Executivo que vem sendo diária e persistentemente esvaziado pela ação da Justiça, da Polícia Federal, da grande mídia e da articulação parlamentar da política tradicional.

A parcela excluída do poder federal pelas eleições tinha, cultivou e adubou formas de poder concorrentes ao obtido nas urnas, tem munição para bancar uma guerra própria e não está interessada na mediação que Dilma insiste em fazer para contentar seus interesses econômicos imediatos. Qualquer concessão que a presidenta fizer a esse grupo social será apenas uma concessão. Ela e esses grupos estão apartados pela radicalização política que existe efetivamente nas bases sociais.

Abandonar a política econômica antiliberal, cooptar para o governo figuras emblemáticas da direita ideológica (como a ministra Kátia Abreu, a ruralista, e o ex-prefeito Gilberto Kassab) e desmobilizar as forças que a levaram ao poder em 20 de outubro passado -- nada disso apaga da sua imagem a marca, agora indelével, de figura central de um projeto de poder que venceu as três últimas eleições presidenciais com o voto de uma massa de eleitores pobres. Foi o voto que ela pediu aos eleitores que a transformaram nisso. Não existe hipótese de Dilma ser aceita por esses setores conservadores. O projeto de poder que representa foi consagrado nas eleições e continua em disputa na sociedade, mesmo depois de fechadas as urnas, e assim continuará, pela simples razão de que contrariou interesses econômicos consolidados e desalojou os políticos tradicionais de suas bases, antes manipuladas eleitoralmente com grande facilidade por grupos que, ou estão na oposição, ou foram apoiar o PT, mas deixaram de ser donos de votos e passaram a sobreviver do apoio a programas sociais do governo federal, e certamente não gostam dessa situação.

O início do segundo governo Dilma possibilitou uma reunificação de interesses das elites econômicas e políticas do país. As traições ocorridas nos partidos tradicionais que apoiavam a reeleição, durante o processo eleitoral, são expressão disso. Maior expressão ainda foi a vitória do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na disputa pela Presidência da Câmara. A derrota arrasadora na eleição para mesa daquela Casa legislativa não foi simplesmente uma humilhação política. Foi um golpe para o projeto político do eleitor de Dilma. Cunha consegue unificar interesses econômicos que antes orbitavam no Planalto apenas por razões de ordem prática. Agora, quase que se extingue a necessidade desses interesses negociarem diretamente com o Planalto. O deputado peemedebista fez uma enorme bancada de seguidores porque opera como mediador de financiamento de campanha para parlamentares. É uma ligação direta entre política e poder econômico. Com Cunha, esse vínculo deixa de ser uma hipótese ou recurso teórico e retórico: o deputado é a ligação tangível, real, palpável, sem subterfúgios, entre a política tradicional e o poder econômico; entre elites políticas e econômicas. Por isso ganhou as eleições para presidente da Câmara. E, investido do cargo, passa a ter o poder adicional de agendar interesses de qualquer grupo econômico. Tem poder e bancada para respaldá-lo. Cunha é um elemento fundamental na unificação dos setores econômicos e políticos cujo status quo foi ameaçado pela política econômica e social da última década, que permitiu melhor distribuição de renda e democratizou o acesso dos brasileiros aos direitos básicos de cidadania: renda, educação (inclusive superior), saúde e habitação.

Quando obteve os votos necessários à sua reeleição, Dilma foi credenciada pelos eleitores para ser a voz deles na disputa por espaço de poder não apenas formal -- o da Presidência, com as limitações impostas ao exercício pleno de um projeto de poder consagrado pelas urnas --, mas como líder de um dos lados da luta social incontida na sociedade, que ganhou espaço e substância na luta eleitoral. Dilma desmobilizou a militância e os apoios que obteve na campanha eleitoral, no pressuposto de que isso acalmaria os detratores, sem se dar conta de que abria mão da sustentação social que deu a ela vitória nas urnas, e sem entender que isso não desmobilizaria os setores que a ela se opunham. Esses grupos têm lado definido, estão mobilizados, entenderam que a disputa política não se encerra nas eleições e estão dispostos a pagar -- e fazer o país pagar -- qualquer preço para tirar o PT do poder.

Em 12 anos de luta contra aparelhos de Estado que se mantêm em permanente conflito com o poder instituído pelo voto, como o Ministério Público, Justiça e Polícia Federal, e de sofrer bombardeios diários e constantes da mídia tradicional, aparelho privado de ideologia mais forte e poderoso que os próprios partidos políticos, não ensinaram o partido que detém o poder que hegemonia eleitoral e hegemonia política são duas coisas distintas. Dilma sofre do mesmo mal. Ela e o PT desconhecem que o voto não passa simplesmente uma borracha no desgaste acumulado nesse período por ataques constantes à imagem (sem reação significativa nenhuma dela ou do PT a qualquer acusação). E que a nova classe média, que reelegeu Lula e elegeu Dilma, e em parte contribuiu para a reeleição da presidenta, entrou no mundo do consumo também como consumidor de uma informação que é produzida pela mesma elite que os manteve fora do mercado durante todo esse tempo.

O processo de desgaste político pode encontrar meios de reparação na ação política do governo e da presidenta Dilma -- e se não enxergar o país e a democracia brasileira apenas no âmbito institucional. O desafio de Dilma, nesse momento, não é ganhar aliados discutíveis, mas manter a base de apoio social que deu a ela vitória nas eleições. Com dificuldades institucionais, num sistema político onde cada vez mais os poderes são concorrentes, e cada vez menos cooperativos; numa realidade onde a radicalização dos setores oposicionistas persiste; num momento em que o ativismo policial e judiciário tem servido ao caldo de cultura contrária ao partido que mantém o poder há 12 anos e em que a mídia tradicional reina, absoluta, nos corações e mentes, desmobilizar eleitores, militantes e simpatizantes significa isolar completamente a Presidência da República.

Se a resposta política não for rápida e ampla, todavia, a repercussão sobre os instrumentos disponíveis de gestão das políticas econômica e social será desastrosa. O desgaste político torna o governo muito mais sensível ao ataque especulativo contra a Petrobras. Já é possível antever o próximo ataque, destinado ao BNDES. Sem Petrobras e BNDES, e com a decisão de fazer uma política fiscal restritiva, a chance de piorar muito a situação econômica do país é enorme. Aos poucos, a ação policial contra a Petrobras -- que está mirando a estatal e o governo, não simplesmente depurando a empresa de malfeitos -- vai amarrando todos os instrumentos que, a partir do segundo mandato de Lula, permitiram a ele e a Dilma resistirem à crise internacional: investimentos crescentes da petroleira estatal, banco de desenvolvimento, incremento da indústria da construção civil e capacidade do Estado incentivar setores via benefícios fiscais. Voltar a fazer uma gestão antiliberal sem esses instrumentos, no futuro, vai ser muito difícil. O risco futuro não é simplesmente a inviabilização da esquerda como alternativa de poder, mas junto com isso enterrar o legado -- reconhecido internacionalmente -- de construção de um país menos injusto.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Com superlotação de salas de aula, governo Alckmin torce por evasão escolar

Jornal GGN – Na volta às aulas da rede estadual de São Paulo escolas registraram superlotação de salas. Classes que deveriam ter até 40 estudantes chegaram a receber 60, 85, até 95 matriculados.
Falta espaço e infraestrutura para comportar tanta gente e os professores não conseguem dar aulas. "Muitas vezes os alunos chegam na primeira aula e têm de ficar buscando as carteiras em outras salas. Não dá. Essa semana era de acolhimento, para conversar com os alunos, conhecê-los. A gente não tem condição com tanto aluno", disse para a reportagem do iG o professor de história Silvio de Souza.
Em algumas escolas, a causa da superlotação foi o fechamento de algumas salas de aula. De acordo com levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, cerca de  2.404 classes foram fechadas de 2014 para cá.
A Secretaria Estadual de Educação afirma, como se fosse um dado positivo, que o número de matrículas nas lista de chamada pode não se efetivar com estudantes que frequentam as aulas. É a evasão escolar como solução para a superlotação das salas de aula.
Por Cristiane Capuchinho
Do iG
Para secretaria estadual paulista, rede de ensino está em período de adequação entre matrículas e alunos efetivos
Na volta às aulas da rede estadual de São Paulo, alunos e professores depararam-se com turmas mais cheias que o devido. Na rede, classes que deveriam ter até 40 estudantes têm 50, 55, 60 e até 85 matriculados.
As turmas de ensino médio para jovens e adultos da escola estadual Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo, chegam a ter 85 alunos – o número considerado normal pela secretaria é de 40 por sala. A sala não é a única a ter excesso de estudantes. Durante o período vespertino, as classes de 1° ano regular do ensino médio têm até 60 matriculados, 20 mais do que o devido.
Com excesso de alunos, os professores dizem que não conseguem dar aulas adequadamente em salas em que falta espaço e infraestrutura.
"Muitas vezes os alunos chegam na primeira aula e têm de ficar buscando as carteiras em outras salas. Não dá. Essa semana era de acolhimento, para conversar com os alunos, conhecê-los. A gente não tem condição com tanto aluno", afirma o professor de história Silvio de Souza.
Ainda na zona leste, a escola Professor Simão Mathias tinha classes de 1° ano do ensino médio regular com 55 matrículas. 
Na zona norte, as listas de chamada da escola Professora Veridiana Camacho apontavam no início da semana classes do noturno com 75 e 95 alunos. Na Gabriela Mistral, as salas de educação de jovens e adultos tinham entre 51 e 58 estudantes.
A superlotação de classes, de acordo com professores e funcionários das escolas, se deve ao fechamento de diversas salas nas escolas. "Por aqui chegaram muitos alunos da Vila Sabrina porque fecharam salas do noturno em escolas de lá", contou uma professora do Tucuruvi que não quis se identificar. 
Segundo levantamento da Apeoesp, sindicato da categoria, ao menos 2.404 classes foram fechadas de 2014 para este ano. 
Cristiane Capuchinho/iG
Com salas cheias no EJA, escola estadual Veridiana Camacho ainda recebe matrículas de jovens e adultos
Redução de salas
Professor de filosofia e sociologia efetivo da rede, Marcio Barbio diz que com o fechamento de salas nas escolas teve de pegar aulas em mais unidades para completar sua grade. "Pela primeira vez, estou com aulas em três unidades. Antes sempre tinha a grade fechada com 24 turmas em duas escolas. Só que dessa vez, quando vi as listas, percebi que tinha salas com 75 alunos."
De acordo com a Apeoesp (sindicato da categoria), desde o ano passado o governo estadual tem reduzido o número de classes e, assim, reduzido o número de professores necessários. 
"Só que não há condições de aula em uma sala com 60, 70 alunos. Qualidade de ensino tem a ver com a quantidade de alunos por sala de aula e a secretaria não está respeitando o módulo [limite] dado por ela mesma", diz Maria Isabel Noronha, presidente da Apeoesp.
De acordo com a secretaria estadual de educação, no início do período letivo a rede passa por um período de readequação no número de matrículas feitas e alunos reais. Assim, o número de matrículas na lista de chamada pode não se efetivar com estudantes que frequentam as aulas.
A secretaria diz que isso acontece por conta de transferências de alunos e desistências. Na escola Gabriela Mistral, afirma a secretaria, dos 58 alunos previstos em uma das salas de educação de jovens e adultos apenas 37 foram às aulas na primeira semana.
Com o número efetivo de alunos frequentando as aulas, a secretaria afirma que novas classes podem ser abertas. Como exemplo, a secretaria afirma que duas salas novas já foram criadas na escola Professora Veridiana Camacho para dividir as salas de 75 e de 95 alunos e duas outras salas teriam sido criadas no noturno da escola Salim Farah Maluf. 
"A secretaria aposta na evasão dos alunos, o que é absurdo. Em uma sala superlotada, claro que os alunos não vão ficar, vão desistir", considera Maria Isabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual).
Salas desmembradas até o dia 19 
Sobre as outras salas com superlotação apontadas pela reportagem, a secretaria afirmou que ainda não houve desmembramento. 
De acordo com a secretaria, novas salas serão abertas em todas as unidades em que ainda houver número de alunos reais maior que o limite previsto pela rede até o fim da segunda semana de aulas – 30 alunos no ensino fundamental 1; 35 alunos no ensino fundamental 2; e 40 alunos no ensino médio. 
Até o dia 19, as novas classes já devem estar abertas e com professores atribuídos para todas as disciplinas.