Retorne ao SPIN

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O dia em que o Comentarista de Portal virou Sequestrador, por Arnóbio Rocha

Sugestão de Urariano Mota
Blog de Arnóbio Rocha
Arnóbio Rocha
 
A farsa do sequestro de Brasília, a ação do desespero.
A farsa do sequestro de Brasília, a ação do desespero.(Foto do Diário do Poder)
Este ano escrevi dois textos sobre a questão do ódio na internet (O Paciente Trabalho para Plantar o Ódio nas Redes Sociais. e Os Zumbis das Redes Sociais). São reflexões sobre o comportamento extremado e de ódios cultivados pela grande mídia que ganha corpo e amplitude nos comentários de portais e nas redes sociais, principalmente no Facebook e Twitter, o que já existia no Orkut, mas sem a mesma repercussão de hoje. Formou-se uma geração de zumbis que se retroalimentam pelo ódio amplo, aos partidos, em especial ao PT. O Ódio racial e sexual.
Em Brasília, hoje, Jac de Souza Santos, de 30 anos, ex-candidato a vereador, pelo PP (partido de Bolsonaro e Maluf), de Combinado, uma pequena cidade do interior de Tocantis. Ativo frequentador das redes sociais resolveu sair “cercadinho”, dos comentários de portais e partir para o desespero.  Invadiu um hotel, sequestrou um funcionário de 70 anos, colocando um colete, com aparentes bombas, ameaçando explodir tudo. Uma pauta confusa, mas bem apropriada da Direita radical: Extradição de Cesare Battisti, aplicação da ficha limpa e renúncia de Dilma, armou um circo por sete longas horas.
A ação extremada do típico “cidadão-Veja”, dos anos e anos sendo alimentados com ódio ao PT, até me admiro não ter acontecido antes, este tipo de ação estúpida é o resultado, não produto. O “Cidadão-Veja” saiu das caixas de comentários e partiu para o sequestro e ameaça. A frustração por mais uma iminente derrota eleitoral. Este coitado é reflexo perfeito da mídia canalha, da escandalização contínua, do assassinato de reputações.
Analisando as postagens dele no Facebook percebe-se um típico comportamento  de cidadão classe média, com assídua vivência nos portais de mídia: 1) ódio ao PT, 2)  fã de Joaquim Barbosa, 3) torcia ardentemente pelo #NãovaiterCopa, como forma de ter uma explosão social, por fim, triste com morte de Campos. Quase todos os posts fala de “corrupção” no Brasil, um repetidor de chavões da grande mídia. Um dos posts ele “dialoga” com o ex-candidato do PSB, Eduardo Campo, ele se vê  quase como um “vingador”, escrevendo sobre a baboseira de que “não vai desistir do Brasil”.
A mídia tratou logo de vinculá-lo de alguma forma ao PT, pois o hotel da farsa era o Saint Peter, que daria um emprego a José Dirceu, mas qual a relevância de dizerem que o Hotel onde ocorre o sequestro quis empregar o José Dirceu? Fora a IMBECILIDADE e ÓDIO ao PT. É a prática canalha, que cria e amplifica este tipo de ódio visceral. Por outro lado, a militância do PT buscou informações sobre quem seria o “terrorista” e logo descobriu seus vínculos partidários.
Penso que é melhor esquece que ele foi candidato pelo PP, aliado ao PSDB. A ação dele é típica do frustrado, do ódio alimentado nestes últimos anos. Tentar envolver partidos não ajudará nada, nos igualamos a midiona dizendo que o hotel era o do ex-futuro-empregador do Zé Dirceu. É ação individual.
Devemos nos ater a entender como a mídia tem responsabilidade direta neste extremismo, pela escandalização gratuita, por não filtrar os comentários mais ofensivos, a ampla permissividade dos portais, que amplifica o ódio e deseduca o país. É a oposição pela oposição, que não constrói então, numa hora, saí do armário e pratica um grave crime.
O meu grande receio é que o sequestrador seja a próxima atração do programa da Fátima Bernardes, depois Jornal Nacional, uma exclusiva com o Casoy, um papo com William Waak e fechando com o jô. No domingo vira atração do Faustão e matéria cheia de espetáculo no Fantástico.
Quem sabe em janeiro esteja no BBB15?

O sucesso do SUS










A gente até cansa de ver tanta manchete negativa de alguns setores da mídia sobre a questão da saúde no Brasil. Apesar dos vários investimentos em programas como o Mais Médicos e das políticas de reestruturação do setor por parte do governo federal, em ajuda a estados e municípios, o que estampa os jornais são apenas fatos negativos. Mas, como a verdade sempre vence a mentira, estamos aqui para divulgar uma notícia que saiu na BBC, relativa ao nosso Sistema Único de Saúde no país: ‘Nunca fui tão bem tratada’, diz a mineira que largou plano de saúde particular por atendimento no SUS"(link is external). Esta é a história de Cintia Vieira Leal, moradora da cidade de Uberlândia (MG), que não usa mais plano de saúde particular, apenas o sistema público.
Cintia teve problemas de saúde durante a gravidez. Enquanto esperava o novo plano ficar pronto, começou a frequentar o Posto de Saúde da região onde mora. Para sua grata surpresa, foi tão bem tratada que decidiu abandonar o serviço particular. Além de ter um atendimento mais próximo e humanizado, a mineira viu que o acolhimento dado a ela por toda a equipe era ainda melhor.
Por desconhecimento da população e descrédito diante dos vários anos de abandono por parte dos governos passados, há um preconceito grande em relação aos serviços prestados pelos postos de saúde. Mas hoje, com a humanização do atendimento, com a implantação do programa Mais Médicos, além dos investimentos feitos na área, a mudança se mostra não só positiva, mas também uma alternativa viável para os brasileiros.
Como já falamos por aqui, com Dilma e Lula a saúde é um direito de todos, não apenas um privilégio de poucos. Entre os anos de 2010 e 2013 as filas para assitência diminuíram 37%. Com a contratação de mais de 14 mil médicos, 50 milhões de brasileiros foram beneficiados e hoje têm consultas rápidas e próximas às suas casas. O governo de Dilma também criou mais de mil Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além de 6,8 milhões de atendimentos por mês na farmácia popular. Foram tantas mudanças que a gente ficaria aqui o dia inteiro falando sobre elas. Mas para isso, tem links e mais links do Muda Mais. É só clicar aqui para saber sobre todas. E para ter mais mudanças, é só votar em Dilma 13, no dia da eleição!

Marina e a mística da mudança

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Marina-e-a-mistica-da-mudanca/31722

De extravagância a excrescência: por que o eleitor é obrigado a conviver com Levy Fidelix

Autor: Kiko Nogueira
Ele
Ele
“Pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, aparelho excretor não reproduz. Tem candidato que não assume isso com medo de perder voto. Prefiro não ter esses votos, mas ser pai, avô que instrua seu neto. Não vou estimular a união homoafetiva. Se está na lei, que fique como está”, disse Levy Fidelix, no momento que marcou o debate mais agressivo entre os candidatos à presidência.
“Se começarmos a estimular isso aí, a população do Brasil vai cair de 200 milhões para 100 milhões. Vai andar pela Paulista pra você ver. Somos maioria vamos combater essa minoria.”
Em alguns minutos, Levy Fidelix foi de extravagância eleitoral a excrescência. Pegou de surpresa quem acreditou em sua fantasia psicodélica de tio do pavê obcecado por trens.
Levy nunca teve plataforma e não tem condições de ser síndico. Seu destempero o transformou em garoto-propaganda da lei antihomofobia. Para alguma coisa, serviu.
Fidelix, do PRTB, disputa o Palácio do Planalto pela terceira — TERCEIRA — vez. “Vou endireitar o Brasil e combater a presidente Dilma Rousseff”, avisou. Sua sobrevivência depende dessas aparições. Em 2012, quando disputou a prefeitura de São Paulo,  entrou na Justiça para garantir a presença no debate da Globo. Conseguiu uma liminar, mas o encontro foi cancelado.

O estranhíssimo sequestrador. No Facebook, desequilíbrio e elogios a Campos e Joaquim Barbosa

Autor: Fernando Britto

jac1
Muito, muito estranha a história deste Jac (ou Jack, como ele usa noFacebook) Souza Santos, que mantém um funcionário do hotel Saint Peter como refém, em Brasília.
jac2
Personagem esquisito, ex-vereador  (pelo PP) e ex-secretário de Agricultura do pequeno município de Combinado, em Tocantins, em sua página pessoal há postagens elogiando o Corínthians, Eduardo Campos, Joaquim Barbosa  e criticando o que diz ser a corrupção na Petrobras e o programa “Mais Médicos”.
O texto é de uma pessoa simplória, cheio de erros primários de ortografia e raciocínio pouco concatenado.
Tudo indica tratar-se de uma pessoa periférica, com transtornos mentais.
Que acabaram encontrando no clima de histeria que se cria no país combustível para sua sandice.
A imprensa parece não ter se interessado muito por suas conexões , o que pode ser muito útil para uma pessoa em aparente surto psicopático.
Aí ao lado reproduzo trechos de sua página.
A polícia do Distrito Federal  não deve se precipitar e é preciso verificar bem se o tal colete explosivo não é um simulacro.
Mas tendo em mente que, em primeiro lugar, está a integridade física do senhor que foi feito de refém.
Não é o primeiro louco que aparece e não será o último, e uma polícia capaz e preparada deve ter negociadores e grupos de intervenção preparados para este tipo de ocorrência.
PS. Enquanto escrevia o post, felizmente, o rapaz se entregou. Parabéns aos policiais e às autoridades que os comandam por  evitarem uma situação a la “Rambo” e riscos desnecessários. Ele tem de ser detido e encaminhado imediatamente para verificações psiquiátricas.
PS2: Será que só este modesto blog achou a página do rapaz no Facebook? Será que não é relevante a informação?
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21617

Nota de editor de Poder Executor


O pig tem que manter o Dirceu no notíciário

Prá isso vale até um sequestro combinado la em Combinado...rsss
 Soldadinho de chumbo compartilhou a foto de Po Serra.2 h · 
Exclusivo! A equipe Po Serra descobriu qual era a arma de destruição em massa usada pelo #CoxinhaTerrorista!!
Exclusivo! A equipe Po Serra descobriu qual era a arma de destruição em massa usadaa‬!!

10 razões para votar em Dilma

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Aos eleitores mais jovens, com carinho

Estamos muito próximo das eleições presidenciais, onde os mais jovens mais do que refletir, precisam também recorrer a pesquisas do passado recente para decidir o rumo que o país tomará depois das eleições.
Temos muito a melhorar, o Brasil ainda é o pais cheio de desigualdades sociais e de enorme concentração de renda, mas estamos no caminho correto para que todos nesse país possa viver mais e melhor.
Dentre as alternativas nestas eleições o PT é o melhor caminho para garantir a continuidade do processo de distribuição de renda, que garanta um maior acesso a bens e serviços pela população, e não é por menos que a maior parte da mídia apoia os candidatos da oposição Aécio Neves e Marina Silva.

Eu sei que lendo jornais e revistas ou vendo e ouvindo a rádio e a televisão nos dias de hoje, a impressão é de que vivemos numa terra arrasada pelo PT, e que a maioria dos brasileiros e brasileiras vivem em uma situação bem pior do que no passado recente, e que o governo FHC e os anteriores eram bem melhores do que os Governos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma.
Mais não é bem assim, muito pelo contrário.

Apesar do enormes recurso naturais desse país muitos brasileiros morriam de fome, além da miséria absoluta a fome imperava nos lares de milhões de brasileiros e brasileiras, o desemprego era enorme, e muito daqueles que conseguiam um emprego novo, quase sempre o fazia em troca de salário bem inferior ao emprego anterior, e não antes de passar vários meses sem emprego e renda, e vivendo de favores de parentes e amigos, e quase ninguém viajava de avião, que coisa para uma parcela muita restrita da população deste país.

Muitos de vocês jovens de hoje, tem acesso livre a internet além do aceso aos meios de comunicação como jornais, revistas, rádio e televisão, aproveitem esta enorme oportunidade para buscar informações do passado recente, principalmente com referência a fome vivida por milhões de brasileiros e brasileiros de todas as idades, do nível de emprego, do salário real, das condições de emprego com carteira assinada, do nível da inflação, do acesso as escolas, principalmente as universidades.
E depois busque as considerações dos parentes mais velhos, como país, tios, e avós.

Muito provavelmente perceberão que o Brasil de hoje é muito melhor do que o passado recente, a fome quase não existe mais, o desemprego é muito menor, e salários reais bem maiores, e o consumo da famílias também é muito maior.
Está melhora se deve ao atual processo de distribuição de renda, que ampliou as politicas sociais com o Bolsa família, aumentou a renda dos trabalhadores, com os aumentos reais do salário mínimo e com o aumento do emprego com carteira assinada, aumentou o poder de compra da famílias com o aumento real dos salários, do nível do emprego, e do crédito destinado ao consumo.
Temos muito a melhorar, o Brasil ainda é o pais cheio de desigualdades sociais e de enorme concentração de renda, mas estamos no caminho correto para que todos nesse país possa viver mais e melhor.
Dentre as alternativas nestas eleições o PT é o melhor caminho para garantir a continuidade do processo de distribuição de renda, que garanta um maior acesso a bens e serviços pela população, e não é por menos que a maior parte da mídia apoia os candidatos da oposição Aécio Neves e Marina Silva.

Folha: Marina mentiu ao afirma que Dilma não cumpriu promessa

Dilma prometeu construir 6 mil creches e escolas primárias, e conseguiu fazer 5.902 unidades até 2013. Falta computar 2014.
Essa informação foi SONEGADA ao povo.

Folha contradiz Marina: Dilma fez quase 100% das creches que prometeu

Para candidata do PSB, Dilma só construiu 7% das 6 mil creches prometidas. Mas, segundo o jornal, 98% foram feitas pela petista
Jornal GGN - A Folha de S. Paulo publicou um caderno especial nesta segunda-feira (29), fazendo um balanço do que foi cumprido por Dilma Rousseff (PT) desde a eleição de 2010. Segundo o jornal, Dilma prometeu construir 6 mil cresces e escolas primárias, e conseguiu fazer 5.902 unidades até 2013. Mas, nas redes sociais, a candidata Marina Silva (PSB) espalha que a adversária petista concluiu apenas 7% do que prometeu.
A campanha de Marina sustenta que parte dessas obras foram autorizadas no governo Lula, retirando o volume da conta de Dilma. Ela ainda sustenta que as unidades não foram entregues, embora a reportagem da Folha tenha cravado que Dilma fez o que prometeu. Ainda de acordo com a reportagem da Folha, Dilma deixou de concluir, no quadro geral, apenas 14 das 69 promessas que fez na campanha de 2010. O resultado equivale a 20% de todo o programa apresentado naquele ano. 
Apesar do desempenho, a Folha manchetou que Dilma deixou de concluir 43% das propostas. O jornal computa 23% dos projetos alojados na categoria "fez pouco", mas muita coisa analisada nesse prisma independe exclusivamente da gestão do presidente. Um exemplo é a reforma política, que dependia de um esforço maior do Congresso e da sociedade.


Prognósticos eleitorais na reta final

Autor: Diogo Costa, no GGN

ATIPICIDADES DO ATUAL CENÁRIO ELEITORAL BRASILEIRO - Em sete dias chegará finalmente a hora da verdade no pleito de 2014. Não se pode compreender o cenário desta eleição sem voltar um pouco no tempo para entender as circunstâncias que nos levaram até aqui.
O ano de 2012 marcou o pontapé inicial na estratégia da oposição tradicional ('grande mídia', PSDB, DEM e PPS). Em maio deste ano o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, inventou uma estória a respeito de um encontro que teve com Lula no escritório particular do ex Ministro Nelson Jobim.
Disse o ministro nomeado por FHC que Lula havia sugerido que o julgamento da AP 470 não deveria ser feito de forma simultânea com o processo eleitoral municipal de 2012 (o que em si não teria nada de mais). A "denúncia" premeditada com fins escusos e eminentemente político-partidários foi prontamente rechaçada por Lula e Nelson Jobim.
No entanto o aparato oligopólico de mídia conseguiu o seu intento a partir deste factoide. Ou seja, conseguiu que o então presidente do STF, Carlos Ayres Britto, finalmente marcasse a data do julgamento para o dia 02 de agosto, no meio do processo eleitoral, como queriam os inimigos de Lula e do PT.
A partir de 02 de agosto, e durante intermináveis 04 meses e meio (até o dia 17 de dezembro de 2012), teria lugar no Brasil um abominável e inédito processo de linchamento pirotécnico contra os réus da referida ação. O linchamento teve como alvo preferencial, como não poderia deixar de ser, as grandes e históricas figuras públicas do Partido dos Trabalhadores.
Do ponto de vista jurídico-político esse julgamento caiu como uma bomba na cabeça dos réus petistas. Mas do ponto de vista partidário as movimentações políticas visando 2014 começaram antes até deste referido julgamento.
O governador de Pernambuco na época, Eduardo Campos, começaria no pleito de 2012 a sua estratégia de montar uma "terceira via" política. Para tanto ele se movimentou e conduziu o PSB para um afastamento do PT em algumas cidades importantes, onde havia uma histórica aliança entre estes partidos.
O caso mais notório dessa estratégia de distanciamento do PSB em relação ao PT foi o da disputa da cidade do Recife, que há 12 anos estava sob controle do PT. No mês de junho de 2012, quando Eduardo Campos rompeu com o PT pernambucano e lançou Geraldo Júlio para a prefeitura teve início a ruptura maior que o tempo haveria de confirmar.
Da mesma forma que se afastou do PT, Eduardo Campos costurou e amplificou as alianças diversas com o PSDB nas eleições municipais de 2012 (o PSB e o PSDB tinham alianças municipais e estaduais anteriores ao pleito deste ano, inclusive). O caso mais importante onde essa estratégia foi aplicada aconteceu em Belo Horizonte onde o prefeito Márcio Lacerda, em busca da reeleição, derrotou por estreita margem o candidato petista, Patrus Ananias.
Em dezembro de 2012 FHC lançou Aécio Neves para a presidência da república. Eduardo Campos negaria essa pretensão até outubro de 2013.
Durante todo o ano de 2013 a oposição tratou de buscar uma ruptura do PSB com o bloco de apoio ao governo, além de incentivar a candidatura presidencial de Eduardo Campos. Ao fim e ao cabo conseguiram. Mas a estratégia da oposição nunca foi somente esta. Sempre souberam eles que seria muito importante lançar o maior número de candidaturas possíveis contra a reeleição de Dilma Rousseff. Trabalhariam com afinco neste sentido até junho de 2014.
Dentro dessa estratégia de lançar inúmeras candidaturas contra o PT, a 'grande mídia' tratou de endeusar Joaquim Barbosa e de tratá-lo como um dos postulantes ao Palácio do Planalto até o dia 05 de abril de 2014 (prazo final para a desincompatibilização e filiação de magistrados).
Outra ponta dessa estratégia era garantir a candidatura de Marina Silva, que em fevereiro de 2013 começou a coleta de assinaturas para criar um partido que poderia finalmente chamar de seu, no caso, a Rede Sustentabilidade. Essa estratégia foi anulada por incompetência pura e simples de Marina e de seus aliados que em 08 meses não conseguiram juntar sequer as 490.000 assinaturas necessárias para oficializar a novel legenda.
Para não ver naufragar completamente a tese das múltiplas e viáveis candidaturas oposicionistas, ainda conseguiram convencer Eduardo Campos e Marina Silva a assumir um casamento de fachada na data limite para tanto (05 de outubro de 2013).
Marina filiou-se no PSB e essa decisão, tomada há quase 01 ano, é que está salvando a oposição de sofrer a sua maior derrota em todos os tempos para o PT.
No meio de tudo isto ainda houve a questão do junho de 2013. As manifestações começaram logo após a virulenta repressão da PM de São Paulo, comandada há 20 anos ininterruptos pelo PSDB, contra um protesto do MPL em 06 de junho. A revolta foi crescendo e se alastrou por quase todo o Brasil até chegar ao seu ápice no dia 20 de junho.
Não se trata agora de analisar de forma aprofundada este fenômeno, mas sim de compreender que a brutal instrumentalização midiática que foi feita a partir dele atingiu em cheio, tal e qual a AP 470, o Partido dos Trabalhadores. Note-se que a AP 470 sequer arranhou a popularidade de Dilma Rousseff, em compensação as manifestações de junho de 2013 derrubaram momentânea, abrupta e fortemente o apoio popular ao seu governo.
Chegamos enfim ao ano de 2014 e em abril se dissipou toda e qualquer ideia de candidatura de Joaquim Barbosa. O cenário eleitoral se delineou com apenas 03 candidaturas viáveis eleitoralmente (Eduardo Campos, Aécio Neves e Dilma Rousseff). Bom para o governo federal e ruim para a oposição.
Passada a breve digressão, passemos ao cenário eleitoral em si.
As duas últimas pesquisas feitas pelo Datafolha antes da morte de Eduardo Campos mostraram Dilma Rousseff rigorosamente no mesmo patamar, com 50% dos votos válidos. A eleição de 2014, para surpresa dos que pouco entendem de política, se encaminhava para uma reeleição tranquila de Dilma.
E então veio a tragédia que provocou uma comoção nacional. No dia 13 de agosto de 2014 o candidato presidencial do PSB, Eduardo Campos, morreu num acidente de avião na cidade de Santos, no Estado de São Paulo.
Uma eleição que até então, diga-se de passagem, estava absoluta e rigorosamente favorável para a manutenção de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, como atestavam as duas pesquisas feitas pelo Datafolha desde o início da campanha em 05 de julho.
O que parecia ser uma volta olímpica da situação de uma hora para outra se tornou uma dura e renhida batalha.
Marina Silva ressurgiu das cinzas da insignificância e da incompetência (sequer conseguiu fundar o seu próprio partido) para virar do avesso as expectativas eleitorais. Ela se beneficiou duplamente do novo cenário político.
Em primeiro lugar a comoção causada pela morte de Eduardo Campos a catapultou de forma fulminante na disputa. E em segundo lugar Marina Silva deixou de ser alvo da oposição e da situação desde outubro de 2013, quando se viu que ela não seria candidata. Ficou, portanto, de outubro de 2013 até 13 de agosto de 2014 pairando acima das contendas políticas enquanto Dilma, Aécio e Eduardo Campos estavam se engalfinhando no ringue há muito e muito tempo.
Marina entrou lépida e fagueira no meio da campanha, beneficiada pela preservação política de quem havia submergido e beneficiada pela comoção de uma tragédia. Fosse Marina Silva a candidata do PSB desde o início e a sua aura já teria sido quebrada (como vem sendo agora). Como não era, se preservou e conseguiu subir de forma meteórica.
Passada a tragédia o que vimos foi o Datafolha colocar Dilma Rousseff e Marina Silva empatadas na intenção de votos (39% dos votos válidos) quando se contavam apenas 16 dias da morte de Eduardo Campos (no segundo turno a vantagem de Marina foi marcada em 10 pontos percentuais para cima de Dilma).
A partir deste ápice "marinístico", ocorrido no dia 29 de agosto de 2014, todos os levantamentos do Datafolha mostraram a queda gradual e constante de Marina e a subida também gradual e constante de Dilma tanto no primeiro quanto no hipotético segundo turno da disputa. Chegamos nesta toada até o cenário atual, de franca recuperação de Dilma e de queda da moça lá do Acre.
O Datafolha nos diz que Dilma tem hoje 45% dos votos válidos. Não é de forma alguma um patamar surpreendente visto que nas duas pesquisas anteriores ao falecimento de Eduardo Campos a presidenta ostentava a excelente marca de 50% dos votos válidos.
A verdade é que se a tragédia que abateu Eduardo Campos tivesse ocorrido um mês antes, lá por meados de julho, Marina Silva não teria a mínima condição de romper com a polarização PT x PSDB. O pouco tempo em que ela figurou como candidata presidencial foi um ponto a seu favor pois impediu que o transcorrer normal do debate a fizesse derreter a tempo de ser superada por Aécio Neves.
Como o que importa são os fatos, não há que se tergiversar. Marina Silva foi beneficiada pela comoção de uma tragédia? Sim. Foi beneficiada por ter entrado totalmente preservada e livre de críticas no meio e não no início da campanha? Sim. Mas isso agora pouco importa. Foi o que aconteceu e é em cima disto que se deve trabalhar.
É inegável que Dilma Rousseff se recupera fortemente, que a candidatura de Marina está em queda e que Aécio Neves está subindo ligeiramente. O que acontece é que não há mais um mês de campanha, mas sim apenas uma semana. Penso que as curvas de intenções de votos dos candidatos não irão se modificar e defendo a tese de que há uma grande possibilidade de haver um segundo turno.
Este hipotético segundo turno seria entre Dilma Rousseff e Marina Silva, alijando o PSDB da polarização que durou 20 anos. E penso desta forma apenas porque temos só uma semana até a votação. Se tivéssemos duas semanas a grande possibilidade seria a de vitória de Dilma Rousseff já no primeiro turno e a de aproximação ainda maior entre Marina e Aécio.
Dilma entrará no segundo turno com muita força, numa crescente política. Marina, ao contrário, entrará no segundo turno em linha descendente. Isto faz muita diferença em qualquer disputa.
Além disso, e apesar do senso comum que diz que "segundo turno é outra eleição", a experiência histórica nos mostra que jamais houve uma virada em eleições presidenciais no Brasil.
Mesmo no campo das eleições estaduais as viradas não são uma constante. Tivemos até hoje 79 segundos turnos em disputas estaduais e apenas 22 viradas. Entre estas 22 viradas estaduais, apenas 04 ocorreram quando a diferença do primeiro para o segundo colocado no primeiro turno foi superior aos 10% de votos válidos. Em apenas uma oportunidade (entre as 22) houve uma virada quando a diferença do primeiro para o segundo colocado no primeiro turno da disputa estadual foi superior a 13% dos votos válidos.
Ou seja, mesmo as viradas estaduais são uma minoria. E são uma ínfima minoria quando a diferença entre os postulantes é superior aos 10% de votos válidos. A única virada que houve quando a diferença entre os postulantes ficou acima de 13% dos votos válidos demonstra bem o caráter excepcional deste acontecimento.
A grande batalha deste pleito de 2014, o grande cabo de guerra entre situação e oposição foi disputado em torno dos percentuais de votos válidos de Dilma no primeiro turno. Era e é de fundamental importância para a oposição conseguir fazer com que Dilma tenha um baixo percentual de votos no primeiro turno. Essa batalha Dilma já venceu.
Nas campanhas vitoriosas do PT em 2002, 2006 e 2010, os votos válidos conquistados pela legenda nos respectivos primeiros turnos ficaram entre 46 e 48%. Tudo indica que Dilma vai ficar exatamente nessa média no pleito atual e isto representa uma doída derrota na estratégia oposicionista de desgaste permanente de Dilma e do PT.
Essa estratégia simplesmente não deu certo e o hipotético segundo turno, como já vimos, não deverá trazer grandes surpresas mas sim confirmar a reeleição de Dilma Rousseff.
Sem querer dar uma de adivinho, mas tentando ser isento e analisar as oscilações dos postulantes, termino colocando os percentuais que imagino que veremos na apuração de 05 de outubro.
Desde 10 de setembro e também em 24 de setembro defendi que estes percentuais de votos válidos acabariam sendo o retrato aproximado do primeiro turno de 2014. Faltando apenas sete dias para o pleito, mantenho a avaliação:
-Dilma Rousseff: 47%;
-Marina: 28%;
-Aécio Neves: 22%;
-Outros: 03%.