DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - PAGU
3) PAGU
Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, Foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Bem antes de virar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, pois cometia algumas “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões. Nada compatível com sua origem familiar. Ao contrário do que se propaga, Pagu não participou da Semana de Arte Morderna . Tinha apenas 12 anos, em 1922, quando a Semana se realizou. Em 1925, com quinze anos, passa a colaborar no Brás Jornal, assinando Patsy.
Com 18 anos, mal completara o Curso na Escola Normal da Capital e já está integrada ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.
Em 1930, um escândalo para a sociedade conservadora de então: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagu. No mesmo ano, nasce Rudá de Andrade, segundo filho de Oswald e primeiro de Pagu. Os dois se tornam militantes do Partido Comunista.
Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos Pagu é presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Era a primeira de uma série de 23 prisões, ao longo da vida. Logo depois de ser solta (1933) partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido Oswald e seu filho. No mesmo ano, publica o romanceParque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo.
Em 1935 é presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, e é repatriada para o Brasil. Separa-se definitivamente de Oswald, retoma a atividade jornalística, mas é novamente presa e torturada pelas forças da Ditadura, ficando na cadeia por cinco anos.
Ao sair da prisão, em 1940, rompe com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integra a redação de A Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz , o crítico de arte Mário Pedrosa, Hilcar Leite e Edmundo Moniz.
Do casamento com Geraldo Ferraz, nasce seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941. Em viagem à China Pagu obteve as primeiras sementes de soja que foram introduzidas no Brasil. Em 1945 lança novo romance, Famosa Revista, escrito em parceria com Geraldo Ferraz. Tenta sem sucesso uma vaga de deputada estadual nas eleições de 1950.
Ainda trabalhava como crítica de arte, quando foi acometida de um câncer. Viaja a Paris para se submeter a uma cirurgia sem resultados positivos. Decepcionada, Patrícia tenta suicídio, que não se consuma. Volta ao Brasil e morre em 12 de dezembro de 1962, em decorrência da doença.
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