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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A volta do pêndulo e os tempos de pré-Collor

Tenho me perguntando pq o Brasil sofre dessa sofreguidão por um golpezinho. Sempre foi assim. Não analisamos, não debatemos. É mais cômodo absorver as infornações que nos chegam sem dela desconfiarmos. Foi assim em todos os momentos em que governos no Brasil foram derrubados. Ao que tudo indica, adotamos esse tipo de ruptura como solução mas a história tem nos mostrado que isso não tem sido a solução, muito pelo contrário, tem piorado e nos levado a um estado de retrocesso enquanto nação. 
A nossa própria CF não se mantém de pé e, de PEC em PEC, está mais pra colcha de retalho. Há quantos anos os EUA não alteram sua CF? Hà quantos anos um governo não é derrubado por lá. De forma que independente do partido que ocupa o governo, o mesmo governa até o fim e, mais, mantém algumas coisas continuando, como por exemplo a forma de dominação contra outros povos, em 1840 a Balaiada no MA teve como uma das causas a política dos EUA para o algodão, que terminou levando o setor à falência por lá e, pasmem, de 1840 para cá, pelo menos nesse ponto, nada mudou, a espionagem e oscultação de governos mantém-se intactos.

E nós aqui mais uma vez qureendo um golpezinho,....sobre a síndrome dos 30 anos sem ruptura de governos no Brasil, procurei na web sobre o tema e não encontrei nada, achei isso. Engraçado, deveria ser um assunto com bastante links no google, ou será que esse fenômeno não tem importância para nós neste momento em que, na esteira de um certa Lava Jato de um certo Moro querem fazer nosso pais desandar enquanto o Tio Sam dá gargalhadas de orelha a orelha:

São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007 
Divórcio aos 30

Ruptura sem culpa


O grande músico e mestre Hans-Joachim Koellreutter dizia que a história é como uma espiral: sempre volta-se para o mesmo lugar alguns degraus acima.
De certo modo a espiral brasileira remete para 1989.
O primeiro ponto em comum é o desencanto, o fim das utopias e a gravidade das crises que se prenunciam.
Lá, havia a interrupção do sonho da redemocratização e dos pacotes econômicos e o fantasma da hiperinflação; aqui, o desencanto com o sonho do desenvolvimento com equidade social e o fantasma da crise da água.
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O segundo ponto é a decepção com as instituições públicas. Aliás, nos dois momentos, o raio-x nítido das razões porque o país sempre se fez tão lentamente: a pobreza das instituições públicas, partidos políticos, três poderes e mídia; a imensa dificuldade em pensar grande, em desenvolver uma visão estratégica.
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O terceiro, a ausência de figuras referenciais. Lá, a desmoralização da oposição com a enorme caça ao butim que se seguiu à posse de Sarney. Aqui, a falta de propostas do governo e da oposição e a pobreza de lideranças.
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Em cima desse quadro, nos próximos anos se enfrentará a crise de água, problemas econômicos, radicalização social, a crise do velho modelo de articulação da informação, com o advento das redes sociais e, principalmente, a falta de perspectivas.
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Dependendo do desenrolar da crise, estarão feridos de morte os dois partidos que dividiram a hegemonia política brasileira nas últimas décadas: PT e PSDB. A paciência do eleitor não suportará por tanto tempo o discurso do “mal menor”.
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De quem é o protagonismo político?
Do lado do governo, da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas eleições Dilma foi premiada com a segunda oportunidade – uma tradição no jogo político brasileiro, mas que tornará o eleitor muito mais exigente – e com a extraordinária fragilidade do seu opositor, o PSDB.
Indicou um Ministério político para se defender das tentativas de impeachment que virão, mas terá que desenhar um projeto de país para se defender do alastramento do anti-petismo e do anti-governismo.
Terá os próximos meses para mostrar a cara de seu governo.
O balanço do primeiro governo não sugere uma obra à altura dos desafios atuais de um país convivendo com múltiplas crises. Até poderá emergia uma nova Dilma, com uma estatura política até agora impressentida. Mas seria uma surpresa.
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O PT tornou-se um partido político sebastianista, agarrado à imagem de Lula. Lula de 2018 será como Getulio de 1950: novos tempos, novas circunstâncias com o peso da idade contando.
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Do lado da oposição, vai sobrar quem? Mesmo que mantenha os votos do antipetismo, Aécio Neves não demonstrou fôlego para assumir a empreitada de liderar a oposição. A crise de água irá expor em toda intensidade o nível do provavelmente mais medíocre governador da história moderna de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Entre as lideranças alternativas, Marina Silva tem a consistência de uma libélula perdida.
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Em 1989 surgiu a surpresa Fernando Collor, embalado nas ideias de Margareth Tatcher.
Agora, não apenas o Brasil mas o mundo está perdido na ausência de propostas.


Vem tempos bicudos pela frente.

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