A FINA FLOR DA DEMAGOGIA BARATA - Há um vírus inoculado no Brasil, o vírus da demagogia barata. Esse vírus destrói a sanidade de homens e mulheres, independente da posição política dos mesmos.
Quando inoculados pelo vírus da demagogia barata, essas pessoas passam a ter os sintomas da classe média ainda mais escancarados: irritação, impaciência, raiva de tudo e de todos, etc.
E passam então a acreditar em juras vãs de demagogos que prometem escadinha de ouro até o céu, gratuidades a mil pelo Brasil, fim de todo e qualquer imposto e, ao mesmo tempo, um serviço público de primeira categoria.
Ou seja, querem a carga tributária da República Democrática do Congo e serviços públicos a la Dinamarca!
Vejamos o caso das passagens de ônibus em São Paulo: o último aumento havia sido feito em janeiro de 2011, ainda no governo de Gilberto Kassab (a passagem foi de R$ 2,70 para R$ 3,00).
Em janeiro de 2015, portanto, 04 anos depois, e repito mais uma vez: 04 anos depois; vou repetir novamente, 04 anos depois, o prefeito Fernando Haddad autorizou o aumento da passagem de R$ 3,00 para R$ 3,50.
A passagem dos ônibus em São Paulo ficou, como é evidente, congelada durante 04 anos.
O aumento feito agora, em janeiro de 2015, depois de 04 anos de congelamento, foi de 16,6%. A inflação acumulada no mesmo período foi de 27,0% e o salário mínimo aumentou 54,5% (R$ 510,00/dez. 2010 - R$ 788,00/jan. 2015).
O aumento feito neste ano de 2015 é inferior aos aumentos da inflação e do salário mínimo nos últimos 04 anos.
O que é inacreditável é que algumas pessoas querem o melhor transporte público do mundo, com pontualidade, com ar condicionado, com linhas mais rápidas e frequentes, mas imaginam que isto não tem custo algum.
Evidente que se deve lutar por tarifas menores, mas é preciso apresentar alternativas. Não basta ficar na demagogia barata. Municipalizar a distribuição da arrecadação da CIDE, por exemplo, apesar de ser uma medida ainda insuficiente, poderia ajudar a subsidiar as passagens.
Esse vírus da demagogia barata, que quer tudo ou nada, que quer gratuidades sem apontar receitas e despesas, que quer tudo ontem ou hoje e nunca amanhã, começou em junho de 2013.
Fonte: GGN
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