Autor: Fernando Brito
Com a velocidade, o vigor e a autoridade que lhe são peculiares (reparem que não quantifiquei cada um destes traços), o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resolveu agir.
12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem, atividade na qual, até em nota oficial, merecem o aplauso do douto Ministério Público da União, seção paranaense.
Determinou, agora há pouco, que se abra sindicância sobre a “festa no apê” virtual dos nossos austeros homens da sereníssima lei.
12 horas, 12 horas… É a diferença do fuso horário entre Brasília e Brisbane, na Austrália, onde vai ocorrer o encontro da cúpula do G20 com a presença, entre outros chefes de estado, da Presidenta Brasileira Dilma Rousseff.
Mas é claro que Cardoso, o Lento, agiu por sua própria iniciativa.
Aliás, seria bom lembrar à Folha que os delegados não “criticaram o PT”, mas fizeram desabrida campanha para Aécio Neves com referências ao que era objeto de suas supostamente sigilosas investigações.
O problema não é partidário, é funcional.
Os delegados têm o direito de escolher seus candidatos como qualquer brasileiro. Podiam declarar voto no Levy Fidélix, se desejassem.
Mas não fazer escárnio com uma investigação que deveria ser algo sério.
Porque não se vai mandar ninguém para cadeia sem provas contundentes, apenas com mídia e “domínio do fato”, não é?
Nem livrar Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef da cana porque acusam as pessoas que seus interrogadores detestam.
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