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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O governo tem sido uma tragédia em termos de comunicação. O facebook do MJ mostra como poderia ser

Um oásis na comunicação: Facebook do Ministério da Justiça surpreende.



https://www.facebook.com/JusticaGovBr
Acho que é consenso geral que o ponto mais fraco do governo Dilma está na área de comunicação e na má ocupação de espaços no enfrentamento do debate político (o que, na prática, é a batalha pela pauta política, que se mistura com a batalha da comunicação).

Vamos ser claros: comunicação ideal é aquela que cai na boca do povo.

Do jeito que o sentimento anti-política está forte hoje na maioria da população, aumenta o desafio de fazer sites governamentais que atraiam interesse e prendam a atenção do grande público.

Aí entro no facebook do Ministério da Justiça e fico surpreso pela qualidade, utilidade e inteligência. Está até "pop".

É útil e agradável de ler, atualizado, com forte ênfase em serviços públicos, participação popular, e mensagens de cidadania relativas a políticas públicas.

De cara, no cabeçalho, tem o convite para o internauta participar dando pitacos no decreto que regulamentará o marco civil da internet. Abaixo tem várias notas a respeito deste assunto.

A primeira nota na hora que entrei foi uma explicação do porque o filme “50 tons de cinza” teve classificação indicativa para 16 anos e não 18. Na nota tem a lista de todos os filmes que estreiam na semana com a classificação indicativa. Achei interessante. Rolando a tela abaixo vemos que isso é publicado toda semana.

Tem um aviso de processo seletivo para contratar profissionais de informática para o ministério (quem estiver interessado precisa se inscrever até o dia 22 de fevereiro).

Tem inscrições para um Curso Virtual de Combate à Corrupção e lavagem de dinheiro. E para outros 71 diferentes cursos a distância em Segurança Pública. Todos para profissionais da área.

Tem todos os avisos de "recall" de carros, motos, etc. Tem advertência à Vivo quanto à violação de privacidade. Tudo dentro da política de direitos do consumidor.

Tem campanhas de cidadania para o carnaval, de respeito à mulher, de proteção à crianças e adolescentes, conscientização sobre malefícios do álcool para jovens.

Campanha de direitos humanos contra o trote violento ou degradante em estudantes, contra a homofobia.

Tem incentivo ao controle social sobre os governos através do portal da transparência.

Tem um aviso de um bandido procurado.

E outras notas interessantes.

Ficou inteligente, porque funciona como uma revista de serviços (e é isso que o cidadão comum quer dos ógãos de estado) e de atualidades sobre cidadania e temas relacionados ao ministério.

Não tem ênfase na bajulação de ministro, nem culto à personalidade, nem ênfase em solenidades, cerimônias e esses ranços de oficialismo. Não é chato, ficou leve e agradável. Até quem não gosta do governo compartilha muitas notas, porque é de interesse público geral.

E, pelo jeito, funciona no sentido de cair na boca do povo, pois está com quase 1,3 milhões de curtidas, enquanto a página no facebook do Palácio do Planalto está com 305 mil.

Não digo que seja modelo a ser imitado por todos, pois cada órgão público tem sua necessidade de comunicação específica.

A página da presidenta, por exemplo, exige conversar com o cidadão sobre as políticas públicas nas ações de governo, seu impacto na vida das pessoas, prestar contas na forma de balanço de resultados e explicações de natureza política também como, por exemplo, falar de tudo que está por trás da Petrobras. É importante não deixar impune quem roubou e reaver o dinheiro roubado, mas também é importante não deixar fazer um roubo muito maior, que é o patrimônio do povo brasileiro, porque tem gente atacando mais a Petrobras do que o razoável, para roubar a empresa inteira e o pré-sal do povo brasileiro.

Tem que explicar que o regime de partilha é para garantir mais dinheiro para a educação e saúde do povo brasileiro, e tem gente sabotando para tirar do povo e enfiar no bolso privado. Que a exclusividade da Petrobras no pré-sal é para garantir a soberania e ter controle sobre essa riqueza. Senão uma empresa estrangeira poderia até fraudar o tanto de petróleo que extrai e exporta sem a gente saber. E que encomendas na indústria nacional é para garantir empregos aqui e desenvolver a indústria e tecnologia nacional.

Mas o estilo de reduzir o oficialismo adotado pelo Ministério da Justiça acho que é bom copiar para cair na boca do povo.

Confira a página do Ministério da Justiça aqui: https://www.facebook.com/JusticaGovBr.

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