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sábado, 4 de outubro de 2014

A Folha e o (não) convite de Lula a Armínio

Jornal GGN - Ao contrário do que Aécio Neves (PSDB) defendeu no debate da Band, na última terça-feira (14), e a Folha de S. Paulo sustentou, Lula sempre vetou a continuidade, mesmo que provisória, de Armínio Fraga no Banco Central em seu governo. E desde que a ideia foi lançada por Cristovam Buarque, em 2001, um ano antes das eleições. A informação e os materiais de arquivo foram enviados pelo jornalista e escritor Ricardo Amaral.
Na cobertura sobre o debate entre os presidenciáveis, a Folha divulgou um link de uma reportagem de agosto de 2002. A matéria foi publicada dois meses antes do primeiro turno das eleições daquele ano, sob o título “PT quer ajuda de Armínio Fraga em governo de Lula”.
Sem citar nomes, o jornal divulgou que “integrantes do alto escalão da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva” defendem a ajuda do então presidente do Banco Central, em um eventual governo do PT, no mínimo como um consultor informal.
Mas duas semanas depois, faltando 10 dias para a eleição, Lula foi a público negando que manteria Armínio no BC. "Temos gente competente do PT e próximas ao PT para exercer o cargo", havia dito o então candidato, desmentindo a publicação.
Mas a Folha de S. Paulo volta a insistir na defesa, trazendo outra reportagem especulativa, em dezembro de 2002. “A recusa de Lula é explícita, mesmo nessa matéria de título dúbio”, informa Ricardo Amaral. A notícia conta que o presidente do BC se encontrou com Lula, um dia depois do então presidente “ter descartado a permanência de Fraga no BC após a posse”.
Mais uma vez, Luiz Inácio Lula da Silva tem que frisar a informação. No dia 12 de dezembro, véspera da indicação de Henrique Meireles, a Folha mancheta: “Nome do presidente do BC sai hoje; tucano é o mais cotado”.
“A Folha apurou que também não está de todo descartada a hipótese de se manter o atual presidente do BC, Armínio Fraga, no cargo. (...) O grande problema dessa alternativa é que Lula já disse que não manteria Armínio no cargo”, divulgou o jornal.
Também em dezembro, no dia 11, o colunista Elio Gaspari, criticando o PT, confirmou que Lula nunca quis Armínio.
“Pode-se acreditar que lá pelo meio do ano, Armínio Fraga tenha namorado a idéia de continuar na presidência do Banco Central. Ele gosta do cargo. Gosta muito. Lula não o queria no lugar. É verdade que houve petistas e mercadistas conspirando para que ele fosse mantido, mas nem tiveram influência suficiente para convencer Lula, nem a coragem necessária para expor suas propostas em público”, disse, na coluna.
A escolha de manter no governo Armínio e o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, foilevantada em fevereiro de 2001, pelo ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque.  Em junho, Lula já descartava com veemência a sugestão de Cristovam: “ diferença é que eu, ao contrário do Cristóvam, quero que o Malan saia 100 dias antes do final desse Governo”, disse.
Em junho de 2002, o ex-governador insistiu em Armínio como porta-voz na área econômica: “que não seja do PT, tenha credibilidade técnica e possa anunciar a 'doutrina Lula', contendo pontos fundamentais, como compromisso com a responsabilidade fiscal, garantia de cumprimento de acordos e contratos e repúdio ao populismo econômico". 


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