Amigos e companheiras,
o blogueiro desperta com uma ressaca estranha.
Uma ressaca de alívio.
Testemunhamos, ontem, o final de uma batalha épica, que marcará a história do Brasil e do mundo por décadas, quiçá por séculos.
A esquerda ganhou contra tudo e contra todos.
O povo mais humilde arrostou o retrocesso com a simplicidade de sua intuição superior.
No sábado, eu fui resolver uma coisa em Ipanema.
Na entrada do metrô, encontrei um amigo distribuindo a edição especial do jornal Brasil de Fato, sobre as eleições.
Cumprimentei-o, peguei um exemplar, que já tinha lido, pensando em deixá-lo em algum banco vazio, o que fiz ao chegar na área de embarque.
Um grupo de quatro trabalhadores conversava em pé à minha frente. Eles então vieram na minha direção e viram o jornal largado no banco.
Sentaram-se. Um deles, pegou o jornal e fez alguns comentários sobre as eleições.
- Acho que a Dilma vai ganhar. Esse Aécio, só rico, bacana, vota nele.
Os outros fizeram comentários similares.
E leram, interessados, o jornal.
Tiro várias lições desse episódio.
A primeira, é que o povo brasileiro quer ser melhor informado.
A segunda, é que a sua consciência política avançou mais um pouco nessas eleições.
Neste segundo mandato, Dilma tem obrigação moral de combater a miséria da informação.
A informação é um direito humano que tem sido negado ao povo brasileiro.
E quando falo povo, refiro-me também à classe média, vítima histórica da manipulação da mídia.
É ridículo que a classe média brasileira se identifique com as elites do país.
A classe média deveria se identificar com seus iguais, a classe trabalhadora, porque ela também é uma classe trabalhadora.
O sujeito ganha dez mil reais por mês e acha que, por isso, não mais faz parte do povo?
Ora, a elite financeira ganha milhões por mês, possui centenas de imóveis.
A elite brasileira é uma das mais ricas e poderosas do mundo.
Enfim, sabemos que, vencida as eleições, outra guerra se inicia agora.
A guerra para montagem de um novo ministério, que deverá expressar o desejo de mudança do povo.
O governo também precisa sinalizar que irá combater a desinformação, de maneira democrática, estimulando a diversidade e a pluralidade.
É preciso redistribuir as verbas que vão para Veja, Globo e Folha, criando programas republicanos que estimulem a criação de mídias com opiniões diferentes.
Isso não é intervir no conteúdo. É a orientação democrática que a União Europeia determina para a política de comunicação de todos os seus membros.
Não é mais possível que um país como o Brasil tenha apenas canais de TV e jornais da direita.
É óbvio que isso está errado. E apenas gera instabilidade.
As agências de publicidade que tem conta no governo deverão apresentar propostas de distribuir todas as suas contas, incluindo as privadas, para meios diferentes de informação. Caso contrário, não terão contratos com o Estado.
O governo deveria criar um sistema randômico, para distribuir a publicidade para todo site cadastrado.
Dilma quer fazer a reforma política, através de um plebiscito.
Para fazê-lo enfrentará mais uma guerra midiática.
Espero que ela tenha aprendido a lição.
O campo popular sempre estará a seu lado, para as grandes causas.
Mas não estará se ela ceder aos barões da mídia.
É findo o tempo de omeletes no programa de Ana Maria Braga.
É findo o tempo de convescotes na Folha de São Paulo.
A nova Dilma tem de ser a Dilma do povo.
Milhões, ou melhor, bilhões de trabalhadores, do mundo inteiro, voltam-se para o nosso país com olhos cheios de esperança.
A vitória de Dilma é uma vitória da classe trabalhadora do mundo inteiro.
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