Lula: “Quem está contra o pré-sal é contra o futuro.”
Via Brasil 247
Sem citar diretamente a candidata do PSB, Marina Silva, o ex-presidente Lula fez o principal discurso no ato de “abraço” à Petrobras, realizado na tarde desta segunda-feira 15, diante da sede da estatal.
– Quem é contra o pré-sal é contra o futuro do Brasil, disse Lula, num recado indireto à adversária do PSB, que tem apenas duas linhas sobre a exploração do pré-sal em seu programa de governo e afirmou considerar o petróleo “um mal necessário”.
– Quem é contra essa riqueza? Certamente não é o trabalhador brasileiro, nem o petroleiro nem o metalúrgico da indústria naval, acentuou Lula.
No Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff, citada várias vezes por Lula, está na frente de Marina nas pesquisas de opinião. A candidata do PSB passou a enfrentar problemas no Estado após ter demonstrado frieza sobre “a maior descoberta de petróleo na história contemporânea no plante Terra”, conforme descrição de Lula sobre o palanque.
Com uma camisa de petroleiro da estatal brasileira, Lula disse diante de estimadas 5 mil pessoas que o gesto era para demonstrar “orgulho” pela companhia. Ele lembrou como se sentiu, em 2006, quando foi informado sobre a primeira confirmação da extensão do pré-sal:
– Cheguei em casa e disse para a Marisa: “Será que eu nasci mesmo com aquilo virado para a lua para ter no meu governo a descoberta dessa que é a maior riqueza do mundo? De lá para cá, em apenas oito anos, já retiramos mais petróleo para o Brasil dos que nos 31 primeiros anos da história da Petrobras.”
Para Lula, o pré-sal vai produzir, nos próximos anos, quatro milhões de barris diários de petróleo.
Ao tratar do tema da CPI da Petrobras, em curso no Congresso e aquecida pela delação premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, Lula foi fiel ao seu estilo:
– A gente sabe que muitas vezes uma CPI só serve para achacar empresários, disse ele, sem entrar em detalhes sobre as denúncias de Costa veiculadas na mídia.
Lula procurou associar as conquistas da Petrobras no campo da exploração do pré-sal, “a sete mil metros de profundidade”, também à presidente Dilma.
– Nós fizemos a Petrobras apresentar números hoje que nunca teve na sua história.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o ato:
Vitor Abdala
Centrais sindicais e movimentos sociais fizeram hoje [15/9] um ato em defesa da atual política da exploração do pré-sal com a Petrobras como operadora. Os manifestantes também defenderam a Petrobras do que chamaram de “ataques políticos” à estatal.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, disse que o objetivo do ato foi mostrar que as riquezas do petróleo da camada pré-sal devem ser usadas em benefício da população. “Os recursos oriundos do pré-sal devem ser usados em benefício da saúde e da educação. Esta é uma oportunidade ímpar que o povo brasileiro está tendo”, disse Rangel.
Para ele, a Petrobras precisa ser defendida dos “ataques” que está sofrendo, em decorrência das investigações sobre um suposto esquema de corrupção na empresa petrolífera. “Os ataques que são feitos à Petrobras querem passar para a sociedade uma imagem de incompetência, ineficiência administrativa, para que, num segundo momento, possam aparecer aquelas vozes para dizer: ‘A Petrobras não pode ser a operadora única do pré-sal’”, afirmou o representante dos petroleiros.
O ato, que contou com a participação de representantes de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), também defendeu a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição pelo PT.
Também presente ao evento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em discurso, a Petrobras, a investigação de pessoas envolvidas em episódios de corrupção na estatal e a candidatura de Dilma. O ato, que começou na Cinelândia, terminou em frente à sede da estatal, no centro da cidade, com um abraço dos manifestantes ao edifício.
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