Para início de conversa, é muito estranho o IBGE divulgar uma pesquisa tão abrangente como o Pnad faltando pouco mais de duas semanas para as eleições. Um mínimo de bom senso recomendaria esperar passar a tormenta eleitoral. Mais estranho ainda foi o erro grosseiro do instituto, que serviu de combustível para os jornalões e para a Rede Globo, além de ter municiado os discursos oportunistas de Aécio e Marina. O fato de 24 horas depois o IBGE ter feito autocrítica, revelando que a desigualdade de renda e o desemprego continuam em queda, não é suficiente para pôr um ponto final no episódio.
Ressalvando que a grande maioria do corpo funcional do instituto é formada por servidores sérios e competentes do Estado brasileiro, é impossível não suspeitar da presença de ninhos tucanos incrustados no IBGE. Aliás, não é de hoje que a gente ouve falar da praga da quinta-coluna em estatais, autarquias e até na administração direta do governo federal. Sem falar na Polícia Federal, onde as viúvas dos tempos de FHC atuam abertamente.
E o curioso é que o PT carrega a fama de ter "aparelhado" o Estado brasileiro. Essa acusação não só está na ponta da língua dos leitores de Veja e Globo, como se transformou num mantra da retórica conservadora e reacionária.
Mas a realidade passa longe desse Estado tingido de vermelho de alto a baixo pelo PT. Aliás, foram justamente os governos dos que apontam o dedo acusador para as administrações petistas que mais cuidaram de ocupar a enorme estrutura federal só com os seus. Ou alguém é capaz de citar um só simpatizante do PT em algum cargo comissionado na era FHC ?
Antes de tudo, urge desmistificar essa bobagem de "aparelhamento". Fora os cargos ocupados por servidores concursados e de carreira, qualquer governo precisa dos cargos comissionados para fazer valer sua política, implementar seus programas, deslanchar seus projetos e imprimir sua marca. Isso é visto com naturalidade em qualquer lugar do planeta.
E a imprensa mente quando, para desmoralizar a atividade política, informa que não há limites para o preenchimento dos cargos de confiança, que essa prática se transformou numa "farra do boi". Cada órgão de governo obedece a regras próprias que disciplinam quantos e quais funções são exclusivas dos funcionários de carreiras, distinguindo-os dos de livre nomeação.
Contudo, seja para posar como campeão do republicanismo, seja porque teme o monopólio midiático, os governos de Lula e Dilma vêm tratando com leniência a presença de tucanos e adversários políticos na máquina do governo.
Boas fontes dão conta de que gente ligada ao PSDB segue exercendo funções gratificadas no Banco do Brasil, Caixa, Dataprev, Serpro, Petrobras, Eletrobras, Furnas, Polícia Federal, IBGE, Ipea, etc. Quando da passagem de Helena Chagas pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, ficamos sabendo que um dos seus principais assessores era um tucano de carteirinha cedido pelo Banco do Brasil.
Diante desse quadro, me incluo entre os que suspeitam que o que aconteceu no IBGE foi uma tentativa deliberada de abalar a imagem do governo Dilma às vésperas das eleições.
A menos que as investigações que o governo promete realizar no instituto me convençam do contrário, tudo leva a crer que o vexame do IBGE foi resultado de uma queda de braço interna entre os que se pautam pela prestação de um serviço público de qualidade e de importância estratégica para o país e aqueles que utilizaram a Pnad como instrumento de ação política contra o governo.
E o curioso é que o PT carrega a fama de ter "aparelhado" o Estado brasileiro. Essa acusação não só está na ponta da língua dos leitores de Veja e Globo, como se transformou num mantra da retórica conservadora e reacionária.
Mas a realidade passa longe desse Estado tingido de vermelho de alto a baixo pelo PT. Aliás, foram justamente os governos dos que apontam o dedo acusador para as administrações petistas que mais cuidaram de ocupar a enorme estrutura federal só com os seus. Ou alguém é capaz de citar um só simpatizante do PT em algum cargo comissionado na era FHC ?
Antes de tudo, urge desmistificar essa bobagem de "aparelhamento". Fora os cargos ocupados por servidores concursados e de carreira, qualquer governo precisa dos cargos comissionados para fazer valer sua política, implementar seus programas, deslanchar seus projetos e imprimir sua marca. Isso é visto com naturalidade em qualquer lugar do planeta.
E a imprensa mente quando, para desmoralizar a atividade política, informa que não há limites para o preenchimento dos cargos de confiança, que essa prática se transformou numa "farra do boi". Cada órgão de governo obedece a regras próprias que disciplinam quantos e quais funções são exclusivas dos funcionários de carreiras, distinguindo-os dos de livre nomeação.
Contudo, seja para posar como campeão do republicanismo, seja porque teme o monopólio midiático, os governos de Lula e Dilma vêm tratando com leniência a presença de tucanos e adversários políticos na máquina do governo.
Boas fontes dão conta de que gente ligada ao PSDB segue exercendo funções gratificadas no Banco do Brasil, Caixa, Dataprev, Serpro, Petrobras, Eletrobras, Furnas, Polícia Federal, IBGE, Ipea, etc. Quando da passagem de Helena Chagas pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, ficamos sabendo que um dos seus principais assessores era um tucano de carteirinha cedido pelo Banco do Brasil.
Diante desse quadro, me incluo entre os que suspeitam que o que aconteceu no IBGE foi uma tentativa deliberada de abalar a imagem do governo Dilma às vésperas das eleições.
A menos que as investigações que o governo promete realizar no instituto me convençam do contrário, tudo leva a crer que o vexame do IBGE foi resultado de uma queda de braço interna entre os que se pautam pela prestação de um serviço público de qualidade e de importância estratégica para o país e aqueles que utilizaram a Pnad como instrumento de ação política contra o governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário