No que se refere a campanha para governos estaduais, estamos numa situação visivelmente das mais desiguais de todas as campanhas eleitorais das quais presenciamos: De um lado, o campo conservador nadando em dinheiro e tendo o apoio descarado da mídia, a ponto de vermos uma Globo proibindo a presença do candidato petista Alexandre Padilha no seu noticiário e inclusive vetando a veiculação de propaganda eleitoral autorizada pela Justiça Eleitoral. Basta irmos às ruas para vermos a situação desigual: Um batalhão de pessoas nas ruas portando bandeiras do candidato da situação. Tais pessoas usam camisetas do candidato defendem, o que é proibido pela Justiça Eleitoral mas, tanto na quantidade de pessoas nas ruas como no uso de camisetas burlam a lei com a seguinte desculpa: É gente do comitê!
E mais: No dia da votação veremos outro batalhão de pessoas nas ruas disfarçadas de "fiscal de Fulano" quando na verdade se trata de compra de votos, tais pessoas na verdade não são obrigadas a fiscalizar mas apenas a votar no candidato que a "contratou" e voltar prá casa. E o Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, preocupado com críticas que porventura Dilma possa fazer a Marina Silva! E o TSE incomodado com o fato de Dilma ter um site que estava bombando e o censura! Nem na ditadura! Pois é, se petista fizer caixa 2 vai prá cadeia, que o diga Zé Dirceu, Zé Genoino, João Paulo Cunha, Delúbio Soares. Já os outros podem, bonito né. Ah, mais um lance desse jogo desigual: Quando a proibição de doação de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais estava prestes a ser aprovada pelo plenário do STF, o ministro Gilmar Mendes resolveu pedir vistas nos autos e levou-os prá casa.
Além de tudo isso ainda temos a quadrilha formada por Globos, Vejas, Folhas e Estadões para tocar o terror a título de estarem fazendo jornalismo. Já há muito tempo as pesquisas de opinião pública viraram peça de marketing sem que a Justiça e o Ministério Público mova sequer uma palha para proibir essa prática criminosa praticada por uma Globo, concessionária de serviço público, assim como são também as rádios que, como a CBN, virou porta-voz da oposição e ainda há quem pense que é correto a imprensa agir como partido de oposição, só que se esquecem que a lei não permite isso, imagina só um ônibus coletivo ou uma empresa de água ou energia atender apenas aos tucanos. Pois é, a Globo encomendando pesquisa a Folha, o Estadão e Folha encomendam a Globo, eles se encomendam entre si, o que cria uma situação desigual. A respeito desse quadro de desigualdade impedindo a concorrência justa e o exercício da democracia, deu no Estadão:
O coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff (SP) no Estado de São Paulo, o prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, disse nesta quarta-feira, 17, que a campanha do candidato Alexandre Padilha (PT) ao governo paulista ainda enfrenta dificuldades porque, segundo ele, "demorou para começar". "A escassez de recurso, como nunca visto em campanha eleitoral, fez com que o nível de campanha de Padilha, a intensidade, fosse muito sofrível no começo", afirmou. "Isso atrasou muito o conhecimento do Padilha no Estado", disse, após participar de ato político em Campinas, ao lado da presidente Dilma e sem a presença de Padilha.
Marinho disse ainda que todas as campanhas atualmente sofrem com a falta de recursos e disse que o fim da prática do caixa 2 "criou essa escassez". "Os mecanismos criados, diga-se bem da verdade, pelo governo do PT, do Lula e da Dilma, terminaram com o caixa 2. Quem fizer corre o grande risco de ser pego, é praticamente impossível (ter Caixa 2)", disse. "Isso criou escassez nas campanhas. Espero que o resultado disso seja uma reforma política decente".
Segundo Marinho, outro fator que inibe as contribuições às campanhas é o fato de que muitas empresas não querem ser expostas. "A imprensa faz um trabalho, e não estou questionando se é certo ou não, de pegar no pé de quem faz doação oficial". Para ele, isso leva empresas que gostariam de contribuir a não doar para não aparecer.
O petista declarou que "tinha muito" caixa 2 em outras campanhas e lembrou o fato de ter sido apontado, em 2008, como um dos candidatos com a campanha mais cara do País. "Por que eu aparentemente fiz a campanha mais cara do País? Porque eu fiz tudo de forma oficial", disse. "Hoje o caixa 2 só quem pode fazer é igreja, empresa de transporte, jogo do bicho, tráfico. Acabou", disse.
Esperança
Marinho afirmou que, apesar das dificuldades de Padilha - que está com 9% de intenções de voto, segundo o último Datafolha - , o petista está iniciando "o processo de crescimento". "Eu ainda sou daqueles que avalia que o Padilha passará o (Paulo) Skaf (PMDB). E no segundo turno, pode acontece qualquer resultado", disse.
Para ele, o mesmo cenário federal se aplica na realidade da disputa paulista. "O mesmo exercício que serve para o (Geraldo) Alckmin (PSDB), serve pra Dilma. Os dois tanto podem ganhar no primeiro turno, como ter um segundo turno duro. Indefinido também é o adversário no segundo turno, que eu acho que vai ser o Padilha", afirmou. De acordo com o último Datafolha, feito na semana passada, Alckmin tem 49% e Skaf, 22% das intenções de voto.
Fonte: O Estado de São Paulo
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